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O papa João Paulo II condenou publicamente nesta quinta, dia 27, a tortura, prática que chamou de "uma afronta intolerável à dignidade humana". A declaração foi feita dias antes de o pontífice receber a visita do presidente norte-americano George W. Bush, atualmente sob pressão devido ao escândalo envolvendo a tortura de prisioneiros no Iraque.
O papa não mencionou o Iraque, mas, no pronunciamento feito diante dos novos embaixadores enviados ao Vaticano, o líder católico falou pela primeira vez em tortura desde a divulgação, no mês passado, das fotos em que soldados norte-americanos aparecem maltratando prisioneiros iraquianos.
– Ouvimos relatos perturbadores de todos os continentes sobre as condições dos direitos humanos, revelando que pessoas são torturadas e humilhadas, algo que contraria a Declaração Universal dos Direitos do Homem – disse João Paulo II.
– Com essa prática, toda a humanidade é ferida e humilhada. Porque todo homem é nosso irmão. Não podemos ficar em silêncio diante de tais ilegalidades, que não podem ser toleradas – concluiu.
Nas últimas semanas, autoridades do Vaticano vieram a público criticar de forma dura os EUA devido ao escândalo de tortura no Iraque. E o discurso do papa ganha peso devido à proximidade do encontro dele com Bush, previsto para o dia 4 de junho.
– É dever de todos os homens de boa-fé, sejam eles importantes autoridades ou cidadãos comuns, fazer o possível para respeitar todos os seres humanos – afirmou João Paulo II.
Na semana passada, o cardeal norte-americano James Francis Stafford foi criticado pelos conservadores dos EUA ao acusar o governo Bush de "falência moral'' e fraude no Iraque. O ministro das Relações Exteriores do Vaticano, arcebispo Giovanni Lajolo, disse que a prática de tortura no território iraquiano era um golpe maior para os EUA que os ataques de 11 de setembro.
Com informações da agência Reuters.
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