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A força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), liderada pelo Brasil, preparava-se para iniciar sua missão no Haiti nesta terça, dia 1º, enquanto organizações assistenciais lamentavam a perda dos vôos militares que levavam suprimentos para as vítimas das enchentes no país caribenho.
Uma força multinacional liderada pelos Estados Unidos entrou no Haiti em março para restabelecer a ordem depois de uma revolta armada que matou mais de 200 pessoas e culminou na derrubada do presidente Jean-Bertrand Aristide. O Haiti é notório por golpes de Estado, e Aristide havia sido eleito democraticamente.
A força liderada pelos EUA também forneceu helicópteros para os trabalhos de assistência às vilas remotas devastadas pelas enchentes na semana passada, mas essa força entregaria formalmente a missão de paz para as tropas da ONU na terça, no início de uma transição que deve ser concluída no dia 20. O Brasil vai liderar a missão, que contará no total com 6,7 mil soldados e 1.622 policiais de várias nacionalidades.
Os grupos de resgate já sentem falta dos helicópteros norte-americanos e canadenses, utilizados para mandar comida e remédios para os locais que ficaram isolados pelas enchentes. As enxurradas e deslizamentos provocaram a morte de cerca de três mil pessoas na ilha de Hispaniola, compartilhada por Haiti e República Dominicana.
Segundo autoridades haitianas e a ONU, 2,6 mil mortes ocorreram no Haiti. Os helicópteros militares levaram mais de 125 toneladas de suprimentos para as áreas atingidas, mas os vôos foram interrompidos no domingo, dia 30. Segundo o tenente-coronel norte-americano Dave Lapan, porta-voz da força internacional, os suprimentos pareciam ser suficientes para as regiões em estado mais grave.
– O objetivo do uso de helicópteros era garantir socorro imediato nessa situação de desastre e, se essas necessidades de emergência foram satisfeitas, depende da ONU e das ONGs continuar com o trabalho humanitário – disse Lapan.
– Se no futuro houver uma necessidade imediata, como na semana passada, vamos usar nossos helicópteros, mas não como rotina – afirmou.
Equipes de agências humanitárias disseram que estão impossibilitadas de enviar ajuda às áreas atingidas. O programa de alimentação da ONU (WFP) estava analisando a possibilidade de fretar helicópteros, o que custaria US$ 300 mil por semana.
– Temos que decidir se vamos usar esse dinheiro para fretar helicópteros ou para comprar mais comida e suprimentos. É um dilema muito difícil – disse Guy Gauvreau, diretor do programa no Haiti.
Segundo Lapan, os 1,5 mil soldados norte-americanos devem deixar o Haiti até o fim de julho, e a maioria deve ser enviada ao Iraque.
Com informações da agência Reuters
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