| 06/06/2004 18h15min
Líderes mundiais encontraram-se na França neste domindo, dia 6, para comemorar o 60º aniversário do desembarque de milhares de soldados aliados na Normandia, em 6 de junho de 1944. A data ficou conhecida como o "Dia D" e mudou a história da II Guerra Mundial (1939-1945), determinando o começo da derrocada do 3º Reich.
Os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush, e da França, Jacques Chirac, deixaram de lado as diferenças sobre a guerra no Iraque e disseram que os líderes modernos têm o dever de honrar os soldados que morreram, permanecendo juntos pela causa da liberdade e da democracia.
– Nos testes e no sacrifício da guerra nos tornamos aliados inseparáveis. Nossa grande aliança é forte e ainda é necessária hoje – disse Bush durante cerimônia no cemitério norte-americano em Colleville-sur-Mer, perto da praia de Omaha, onde tropas dos EUA desembarcaram no Dia D.
Chirac ficou ao lado de Bush diante de fileiras de sepulturas marcadas por cruzes brancas e estrelas de Davi. Ele agradeceu às forças aliadas pelos sacrifícios no desembarque que forçou o recuo de tropas alemãs e ajudou a libertar a Europa do domínio nazista.
– A amizade continua intacta até hoje: confiante, exigente, fundamentada no respeito mútuo. A América é nosso aliado eterno e a aliança e a solidariedade são ainda mais fortes por terem sido forjadas naqueles dias terríveis – disse Chirac.
Neste sábado, dia 5, os dois líderes falaram em Paris sobre as forças da aliança, em esforço para reconstruir o relacionamento abalado pelas diferenças sobre a invasão do Iraque liderada pelos EUA, que teve oposição da França.
Autoridades francesas temiam que Bush fizesse comparações entre a guerra no Iraque e o Dia D, apresentando ambas como luta pela liberdade e democracia. Cerca de 20 chefes de Estado e governo, além de milhares de veteranos da Segunda Guerra Mundial, participaram das cerimônias, em meio a uma das maiores operações de segurança realizadas em solo francês.
Este deverá ser o último grande aniversário. Daqui a 10 anos, a maioria dos veteranos que hoje perambulam pelas praias da Operação Overlord já terá morrido. Além disso, pela primeira vez um líder alemão compareceu à cerimônia. O chanceler Gerhard Schröeder, convidado pelo presidente francês, Jacques Chirac, afirmou que a data é um símbolo de liberdade, e não de vitória ou derrota.
– A França foi libertada da ocupação alemã, e nós, os alemães, fomos libertados da tirania nazista – declarou.
O que torna o Dia D inesquecível? Primeiro, porque foi um esforço gigantesco e um grande sucesso. E um sucesso para o qual três países trabalharam unidos (Estados Unidos, Grã-Bretanha e Canadá). Depois, porque foi uma operação simples – e até romântica. Praias fortemente defendidas precisavam ser conquistadas para que a Europa fosse libertada da dominação nazista. Uma batalha direta, com chances para o heroísmo individual. Finalmente, talvez pela última vez na história dos conflitos modernos, era possível identificar claramente "mocinhos" e "bandidos".
Com informações de Zero Hora e da agência Reuters.
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