| 08/06/2004 16h26min
Os líderes do mundo industrializado, reunidos na cúpula anual, estão próximos de um acordo para conter a disseminação de armas nucleares, afirmou nesta terça, dia 8, uma importante autoridade norte-americana, que pediu anonimato. Segundo a fonte, é "iminente" uma proposta que, entre outras coisas, suspenderia por um ano todas as novas transferências de equipamento ligado ao enriquecimento ou reprocessamento de urânio.
A cúpula do Grupo dos Oito (G8) acontece em uma ilha na costa do Estado de Geórgia, nos Estados Unidos, e tende a ser dominada pelo futuro do Iraque e pela pressão norte-americana por reformas no Oriente Médio.
A autoridade disse a repórteres que o acordo sobre armas incluiria a aprovação de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) criminalizando a proliferação desses armamentos, além de sugerir reformas na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU.
No início do ano, o assunto voltou a preocupar o mundo quando se descobriu que o pai da bomba atômica paquistanesa, A.Q. Khan, havia colaborado com os programas de armas da Coréia do Norte, da Líbia e do Irã.
O integrante da administração Bush disse que o acordo do G8 – formado por EUA, Grã-Bretanha, Canadá, França, Itália, Alemanha, Japão e Rússia – também teria o objetivo de implementar formas de controle mais permanentes dessas armas até a cúpula do grupo em 2005.
Numa outra entrevista, o vice-assessor para segurança nacional dos EUA, Jim Wilkinson, disse que a cúpula reforçaria o papel fiscalizatório da AIEA.
– Acredito que vocês verão que estamos muito próximos de um acordo para novas iniciativas que aumentarão drasticamente os esforços da comunidade internacional para perseguir (as armas de destruição em massa) – afirmou Wilkinson.
Ele também citou a ampliação da Iniciativa de Segurança em Proliferação (PSI), que permitiria a policiais dos países participantes embarcar em navios suspeitos em alto-mar e vistoriar laboratórios em busca de possíveis armas ilegais.
A maioria dos líderes do G8 chegaria à ilha nesta terça, mas seus assessores já negociam. Wilkinson citou outros acordos já alcançados – propostas para combater a fome na África, o compromisso de erradicar a pólio até o fim de 2005, esforços para combater a pobreza e o desenvolvimento de uma vacina contra o HIV.
Os EUA e sua maior aliada, a Grã-Bretanha, estão otimistas de que o Conselho de Segurança da ONU aprove ainda nesta terça os planos para a soberania do Iraque. O novo presidente iraquiano, Ghazi al-Yawar, deve participar da cúpula para discutir seu país e o Oriente Médio em geral. Ele terá um encontro bilateral com Bush na quarta-feira.
A localização da cúpula, numa ilha, e o forte policiamento estão impedindo as manifestações típicas de reuniões como essa. O único ato aconteceu em Savannah, a 120 quilômetros da ilha, cidade que concentra a imprensa. Cerca de 200 pessoas fizeram uma passeata em protesto contra a guerra no Iraque, a legislação de segurança dos EUA e políticas do G8 que, segundo elas, beneficiam os ricos e prejudicam os pobres.
As informações são da agência Reuters.
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