| 08/06/2004 22h17min
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, abriu nesta terça, dia 8, a cúpula dos G8 (que reúne os países industrializados mais ricos do mundo) confiante de que o Iraque será um fator de unificação, e não uma fonte de divisão, como no passado.
Uma resolução sobre o Iraque foi aprovada por unanimidade no Conselho de Segurança, o que permite a Bush defender sua tese de que o país pode atingir a estabilidade política apesar da onda de violência dos últimos 1meses. A resolução dá aval à transição de poder marcada para 30 de junho e à permanência das tropas estrangeiras no Iraque depois dessa data.
A aprovação criou o cenário ideal, na avaliação dos EUA, para a visita que o novo presidente iraquiano, Ghazar Al Yawar, faz na quarta-feira à cúpula.
A decisão do Conselho de Segurança também entusiasmou o primeiro-ministro britânico, Tony Blair.
– Sejam quais forem as divisões do passado, sejam quais tenham sido as diferenças, vamos nos unir agora em uma visão diferente para um Iraque moderno, capaz de ser a força para o bem dos iraquianos e também para a região e para o mundo – disse Blair a jornalistas na ilha Sea, minutos depois da aprovação.
Washington também acredita que o Iraque pode ser o catalisador para mudanças na região. Bush levará à cúpula do G8 a sua chamada Iniciativa para o Grande Oriente Médio, que prevê incentivos a reformas políticas e econômicas.
O G8 é formado por Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Japão, Rússia e Canadá.
A questão do Iraque e do Oriente Médio deve dominar a cúpula, mas os participantes têm uma lista de outros tópicos a serem discutidos durante seus três dias de reunião, sob forte vigilância, no Estado da Geórgia.
Na manhã de terça-feira, enquanto assessores concluíam os detalhes de vários acordos e os líderes começavam a chegar, os países participantes estavam próximos de um consenso no plano para conter a difusão de armas nucleares, segundo uma fonte norte-americana.
Essa fonte, que pediu anonimato, disse que o acordo vai, entre outras coisas, suspender durante um ano qualquer transferência de equipamentos para enriquecimento e reprocessamento de urânio.
Além disso, o acordo, segundo a fonte, deve dar aval à resolução da ONU que criminaliza a proliferação de armas e vai sugerir reformas na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU).
A dívida iraquiana – que os Estados Unidos gostariam de ver perdoada, para facilitar a estabilização do país – e os efeitos do preço do petróleo sobre a economia global também devem estar na pauta.
Serão debatidas ainda várias questões relativas ao desenvolvimento, como os esforços da iniciativa privada contra a pobreza, a criação de uma vacina contra a Aids e a proposta de combate à fome no nordeste da África.
A grande presença de policiais e militares nos arredores da ilha Sea e na cidade de Savannah, a 120 quilômetros dali, onde a imprensa se concentra, parece ter impedido a aproximação de militantes que, em ocasiões anteriores, usaram eventos como esses para divulgar suas causas.
As informações são da agência Reuters.
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