Um humilhado Tony Blair voltou à Grã-Bretanha neste sábado, dia 12, para enfrentar críticas do partido Trabalhista, depois que uma reação contra a invasão do Iraque provocou uma surra sem precedentes nas urnas das eleições locais.

Os assessores do premiê britânico tentaram mostrar a derrota sob uma luz mais favorável, enquanto Blair comparecia ao funeral do ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan em Washington. Mas mais de 460 trabalhistas perderam seus postos no governo local na eleição de quinta, dia 10, e Blair terá que convencer os parlamentares trabalhistas de que eles não sofrerão o mesmo destino nas eleições gerais, marcadas para o próximo ano.

– Eu gostaria de dizer que lamento que os conselheiros (locais) tenham perdido suas cadeiras. Eu acho que o Iraque tem sido uma sombra em nosso apoio – disse Blair a jornalistas em Washington, antes de começar a viagem de volta para casa.

Blair disse estar determinado a ficar no posto e esperar que o Iraque se torne uma questão menos desvantajosa quando o plano de restauração da soberania, apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU), melhorar a situação no país. Blair decidiu apoiar a invasão dos EUA ao Iraque em março do ano passado, apesar de uma forte oposição dentro de seu próprio partido.

Geralmente, os partidos britânicos da situação costumam sair-se mal nas eleições locais, mas conseguem se recuperar e vencer as eleições nacionais. Pela primeira vez, porém, o Partido Trabalhista não chegou nem mesmo em segundo lugar. Com 26% dos votos, os trabalhistas ficaram atrás dos Conservadores e dos Liberais Democratas, que foram contra a guerra.

Os trabalhistas ainda têm uma grande maioria no Parlamento, e as regras do partido tornam difícil remover Blair como líder da legenda. Mas os temores dos parlamentares trabalhistas de perderem seus cargos provocaram pedidos para que um novo líder disputasse a próxima eleição. A única vitória dos trabalhistas na votação de quinta foi a reeleição de seu popular candidato à prefeitura de Londres, Ken Livingstone. Mas até mesmo isso foi uma vitória duvidosa para Blair, já que Livingstone liderou manifestações maciças contra a guerra ao Iraque.

Com informações da agência Reuters.