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Os líderes da União Européia não conseguiram chegar a um consenso nesta sexta, dia 18, sobre quem será o novo presidente do órgão Executivo do bloco de 25 países. Eles decidiram adiar a decisão por alguns dias, para que os ânimos se acalmem após uma acirrada polêmica sobre os potenciais candidatos.
O primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt, candidato da França e da Alemanha, anunciou que estava abandonando a disputa por causa da oposição da Grã-Bretanha e de outros países, que discordam de sua visão federalista.
– Não quis a incerteza de durar apenas umas poucas semanas [no cargo] – afirmou.
O primeiro-ministro irlandês, Bertie Ahern, disse em entrevista coletiva que outro favorito para o cargo, o comissário de Relações Exteriores, Chris Patten, também estava deixando a disputa. Mas o próprio Patten, um conservador britânico, não chegou a se excluir.
– Nunca fiz campanha para este cargo, outros me pediram para apresentar meu nome – disse ele, segundo sua porta-voz.
Ahern, que também é cotado para substituir o italiano Romano Prodi em novembro, disse que quer resolver a questão antes de 30 de junho, quando acaba o período da Irlanda como presidente da UE. O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e outros líderes avessos ao federalismo europeu vetaram o nome de Verhofstadt em um acalorado jantar na quinta-feira.
Paris e Berlim, por sua vez, resistiram a Patten, alternativa apresentada por partidos conservadores e democratas-cristãos da Europa e apoiada por Londres. Diplomatas dizem que, como já aconteceu na época da invasão do Iraque, a UE está profundamente dividida, desta vez entre os que defendem um Estado mais federalista e os que preferem uma reunião de nações.
O impasse desta quinta criou especulações sobre nomes alternativos. Mas dois dos mencionados, os primeiros-ministros José Manuel Durão Barroso, de Portugal, e Jean-Claude Juncker, de Luxemburgo, deixaram claro que não querem o cargo. Várias delegações reclamaram da postura do presidente francês, Jacques Chirac, que quer que o futuro comissário seja de um país veterano da UE e participe das iniciativas mais importantes do bloco, como o espaço Schengen (área de fronteiras abertas) e o euro.
Isso deixaria de fora candidatos da Grã-Bretanha, da Irlanda, da Dinamarca, da Suécia e de todos os 10 países que aderiram em 1. de maio ao grupo. Em sua resposta, Blair disse que França e Alemanha não mandam no continente.
– Estamos operando em uma Europa de 25 [países], não de seis, de dois ou de um – disse um porta-voz oficial dele em Londres.
Com informações da agência Reuters.
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