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O pesadelo que está se tornando rotineiro no confronto de terroristas contra EUA e seus aliados repetiu-se ontem no Iraque: em um período de 43 dias, extremistas islâmicos decapitaram seu terceiro refém.
A morte do tradutor sul-coreano Kim Sun-il, 33 anos, foi antecedida por um ritual macabro já conhecido, que inclui o próprio seqüestro, ameaças gravadas em vídeo e, por fim, a execução. A escalada da violência expõe a extrema insegurança do Iraque a uma semana do fim oficial da ocupação do país. Logo depois de saber de mais esta execução, o presidente americano, George W. Bush, voltou a afirmar ontem que os EUA não serão intimidados pelos extremistas.
A morte de Kim foi confirmada pela rede de TV árabe Al-Jazeera - que teria recebido o vídeo mostrando a execução, mas não exibiu as imagens - e pelo governo sul-coreano. Seu corpo teria sido localizado ontem mesmo, em Bagdá.
Seqüestrado no dia 17, em Falluja, um reduto da insurgência iraquiana, por um
grupo que se diz leal a Abu Musab
Al-Zarqawi, líder da Al-Qaeda no Iraque, Kim fez um apelo desesperado por sua vida. A gravação foi divulgada domingo:
- Eu não quero morrer! - disse, implorando para que os militares sul-coreanos deixassem o Iraque, como exigiam os seqüestradores.
A morte de Kim, que trabalhava para a Gana General Trading, uma empresa que presta serviços para os EUA, foi anunciada pouco depois de negociadores terem dado esperança de que ele seria libertado. A execução de Kim repetiu as cenas das decapitações anteriores: ele aparece vendado, de joelhos, com um uniforme de cor laranja, igual ao usado pelos americanos Nick Berg, 26 anos, decapitado pelo mesmo grupo de Al-Zarqawi no Iraque, em 11 de maio, e Paul Johnson, 49 anos, assassinado da mesma forma na Arábia Saudita na sexta-feira, pela Organização da Al-Qaeda da Península Arábica.
Todos os casos de execução repetem de alguma forma a cena da morte do jornalista americano Daniel Pearl, no Paquistão. Pearl foi
decapitado em 2002, e imagens foram
exibidas na Internet. Em abril passado, em um caso aparentemente sem ligação com os outros, o italiano Fabrizio Quattrocchi, foi morto no Iraque depois de seqüestrado com outros três compatriotas.
Ainda ontem, os EUA voltaram a atacar Falluja. Segundo o exército, foi um ataque preciso a um edifício usado por militantes ligados a Al-Zarqawi. Pelo menos quatro pessoas morreram. A cidade já havia sido atacada no sábado, e os moradores acusaram os EUA de atingir alvos civis, deixando 22 mortos.
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