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EUA continuarão em palácio de Saddam no Iraque

Transferência de soberania para governo interino não garante autonomia

Mesmo com a posse do novo governo iraquiano, centenas de norte-americanos continuarão ocupando um dos maiores palácios do ex-ditador Saddam Hussein, na região central de Bagdá, pelos próximos meses.

Paul Bremer, o norte-americano encarregado de administrar o Iraque até segunda, dia 28, transferiu uma soberania limitada para o governo interino em uma cerimônia secreta realizada dois dias antes do previsto.

Os iraquianos, liderados agora pelo primeiro-ministro Iyad Allawi, estariam novamente à frente desse país de 25 milhões de habitantes, apesar dos 160 mil soldados estrangeiros que continuarão estacionados no território iraquiano por tempo indeterminado.

Pouca coisa parece ter realmente mudado. Norte-americanos, britânicos e outros estrangeiros continuarão ocupando a Zona Verde, uma fortaleza de vários quilômetros quadrados que abarca grande parte da região central de Bagdá. No prédio a partir do qual Bremer administrou o país nos últimos 13 meses, diplomatas, advogados, contadores e secretários dos EUA vão comandar a missão diplomática norte-americana no Iraque e o Escritório Iraquiano de Reconstrução e Administração.

Muitas das pessoas que passaram o último ano ou mais trabalhando para a Autoridade Provisória da Ocupação (CPA), encabeçada por Bremer, receberão um cargo com nome diferente e ficarão subordinadas à missão diplomática, uma das maiores do mundo, com um quadro de funcionários de centenas de pessoas.

De acordo com as autoridades, o novo embaixador norte-americano para o Iraque, John Negroponte, ocupará um prédio da embaixada, mas a maior parte dos funcionários da missão diplomática ficará no palácio antes pertencente a Saddam. Os britânicos que trabalhavam para a CPA estão mudando de prédio, mas permanecerão na Zona Verde, localizada ao lado do rio Tigre.

A permanência das autoridades norte-americanas no palácio do ex-ditador é mais um motivo de decepção para os iraquianos.

- Não queremos que os norte-americanos fiquem com ele porque ele é um símbolo de nossa soberania - afirmou Ismael Zayir, editor do jornal Sabah Jadid, do Iraque.

Com informações da agência Reuters.


 
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