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Segundo o que afirmou nesta segunda, dia 28, o ex-inspetor-chefe de armas na ONU, Hans Blix, a fome é, para muitas pessoas, uma preocupação maior do que as armas de destruição em massa, e o mundo deveria colocar tais riscos em perspectiva.
Ele foi o responsável pela equipe que buscou armas químicas, biológicas e nucleares no Iraque até as vésperas da invasão norte-americana. Nem o grupo de Blix nem os Estados Unidos encontraram tais armas.
Para justificar a guerra, Estados Unidos e Grã-Bretanha diziam que o Iraque retomou seus programas de armas de destruição em massa depois que os inspetores deixaram o Iraque pela primeira vez, em 1998.
Blix criticou Londres e Washington por fazerem uma guerra sem o aval explícito da ONU, e disse que os dois governos provavelmente sabiam que estavam exagerando o risco representado pelo regime de Saddam Hussein.
– A julgar pelos governos e pela imprensa dos EUA e da Europa, poder-se-ia ter a impressão de que o risco de que grupos e governos inclementes pudessem adquirir armas de destruição em massa fosse o maior problema que o mundo enfrenta hoje – disse Blix em discurso à Academia Diplomática, em Viena.
Ele lembrou de o premiê britânico, Tony Blair, ter se referido às armas proibidas como "uma questão existencial''. Para Blix, porém, Blair deixou de lado outras questões igualmente graves.
– Não nos esqueçamos que, para centenas de milhões de pessoas no mundo, a grande questão existencial é a fome, e também que, onde quer que você viva neste planeta, o risco do aquecimento global e de outras ameaças ambientais é existencial – afirmou.
Blix dirigiu a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) entre 1981 e 1997, e depois foi chefe da Comissão de Monitoramento, Verificação e Inspeção da ONU até 2003.
Com informações da agência Reuters.
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