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As coligações para as eleições municipais trazem uma reacomodação das forças políticas que apóiam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De um lado, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), ameaça deixar a aliança federal ao levar a legenda a apoiar o tucano José Serra na disputa em São Paulo. De outro, o PTB adere à campanha pela reeleição de Marta Suplicy (PT) e quer se tornar o principal aliado governista no Congresso.
O presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), iniciou articulações para atrair novas filiações na Câmara e no Congresso visando a eleição presidencial de 2006.
– Queremos nos tornar o principal partido de apoio do presidente Lula no Congresso de olho em 2006, quando queremos entrar como vice na chapa da reeleição – afirmou Jefferson à Reuters nesta sexta-feira.
O PTB tem mantido um comportamento de fiel escudeiro de Lula no Congresso, mas sua bancada de 52 deputados é a quinta, atrás ainda do PP de Paulo Maluf. Por isso, os olhos do presidente petebista estão voltados para o PDT e o PPS, neste caso, sobretudo, para o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que pertence à legenda.
Ciro diverge da orientação de Freire. Enquanto o ministro quer manter o apoio ao governo, o presidente do partido questiona a aliança e acirrou as divergências ao apoiar Serra. O PPS tem 22 deputados e dois senadores.
– No PTB, o ministro Ciro Gomes entra como marechal. Eu faço pedido para ele todo dia. Nós dois temos uma relação muito fraterna e estamos juntos desde as eleições de 2002. As chances do Ciro entrar no nosso partido é 9 em 10 – afirmou o deputado trabalhista.
No primeiro turno da eleição presidencial de 2002, o PTB fazia parte da coligação que tinha Ciro como candidato a presidente. Os dois partidos e o candidato, apoiaram Lula no segundo turno. Ciro afirmou que as especulações sobre sua ida para o PTB não procedem.
– Tudo isso é conversa de jornalista e político desocupado – afirmou Ciro, por meio de sua assessoria. – Meu partido é o PPS. É o partido que eu escolhi – disse.
As aspirações de Jefferson são fazer do PTB a segunda maior bancada da Câmara e a quarta do Senado. Suas reflexões, que passam por um redirecionamento à centro-esquerda, contemplam a vice-presidência em 2006 para o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, e o governo do Rio de Janeiro para Ciro.
– As eleições municipais vão deixar as coisas mais nítidas para o presidente, quem é ou não é aliado – sentenciou Jefferson.
Já Roberto Freire acusou o PT e o presidente Lula de estarem por trás da movimentação.
– É normal que o PPS tenha divergências. O que é desagradável é que o presidente da República esteja influenciando e cooptando lideranças de outros partidos, como se gado fosse – disse Freire.
– O PPS é um partido que tem independência, nosso apoio ao governo é crítico – afirmou.
O partido terá sua escolha por Serra questionada pelo deputado João Herrmann (PPS-SP), que promete ir à Justiça contra a coligação na semana que vem. Freire reagiu afirmando que o ato de rebeldia será analisado pelo conselho de ética do PPS.
As informações são da agência Reuters.
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