| 10/07/2004 17h56min
O Gre-Nal existe há 95 anos e já soma 360 jogos. Mas o autor do célebre gol número 1000 dos clássicos participou de apenas 45 minutos dessa história. Ele se chama Fernandão, jamais havia atuado por um clube gaúcho e começou o sábado sentado no banco de reservas. O gol aconteceu aos 34 minutos do segundo tempo. Élder Granja apanhou a bola pela direita e levantou à altura da segunda trave. Fernandão saltou e meteu a cabeça melenuda na bola, que morreu no fundo da rede de Tavarelli. Era o 2 a 0. Era o gol 1.000.
Mas Fernandão fez mais do que isso. Ele mudou o destino do jogo. Antes de ele estar em campo, a partida foi monótona e burocrática. Chata, até a medida em que um Gre-Nal pode ser chato. No primeiro tempo, o Grêmio bem que ensaiou algumas blitzes contra a área do Inter, com seus jogadores marcando no campo de ataque e pressionando os zagueiros colorados. Na hora da conclusão, porém, os gremistas mostraram porque seu time chafurda nas últimas posições do campeonato. Os cruzamentos, lançamentos e raros chutes saíam como se os jogadorres tivessem batido numa jaca murcha. Até Christian protagonizou um chute bisonho, aos 19 minutos, aproveitando mal um milagroso cruzamento correto de Marcelinho.
O Inter melhorou no final do primeiro tempo, mas não foi nada que entusiasmasse o público que passava frio nas arquibancadas do Beira-Rio. Tudo o que havia para acontecer aconteceu mesmo depois do intervalo. O Inter voltou a campo sem o zagueiro Wilson e com Fernandão. E foi Fernandão quem consertou tudo que estava errado no Inter do meio para frente. Ele deu fluência às jogadas de meio-campo, deu agudeza ao ataque e liberou Rafael Sobis para quase enlouquecer o duro zagueiro Claudiomiro.
Aos 9 minutos, foi Fernandão quem roubou a bola de Michel Bastos e começou a jogada que terminou numa falta do lado direito de ataque do Inter. Alex cobrou em curva e Vinícius, do outro lado da área, cabeceou para fazer 1 a 0. Só então o Grêmio acordou. Passou a agredir o Inter, a tentar o empate. Mas sem a indispensável competência. Quem tinha a competência era ele, Fernandão, que, aos 34 minutos, marcou seu gol histórico e se ajoelhou no gramado, agradecendo à Providência pela graça. Merecida, aliás. Afinal, como se sabe, a sorte ajuda os bons.
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