As operações dos Estados Unidos contra a Al-Qaeda, realizadas no Afeganistão e no Paquistão, ainda estão longe de atingir seus objetivos, apesar da grande caçada humana e dos bilhões de dólares gastos nesses países, especialistas dizem que as organizações terroristas estão fortalecidas.

O relatório da comissão do 11 de setembro, divulgado na quinta-feira, dia 22, descreve o Afeganistão como um incubador da Al-Qaeda e dos ataques de 2001 contra Nova York e Washington, advertindo que o país não deveria se transformar novamente em um santuário para o crime internacional e o terrorismo.

Analistas disseram que o governo norte-americano ainda não foi capaz de acabar com a ameaça do terrorismo vinda da região e de levar estabilidade, por exemplo, ao Afeganistão, onde combatentes do Talibã e seus aliados islâmicos realizam ataques violentos quase diariamente.

– A aliança ocidental está sendo derrotada na guerra contra o terrorismo. A Al- Qaeda e seus aliados locais estão hoje muito mais fortes no Paquistão – disse à Reuters Ahmed Rashid, um especialista do Afeganistão.

Segundo Rashid, o Taliban está mais fortalecido agora no território afegão do que em qualquer momento depois de ter sido deposto por um ataque dos EUA no final de 2001. Ele teme que a situação piore às vésperas das eleições presidenciais marcadas para outubro, nas quais Hamid Karzai, atual dirigente do país e aliado dos norte-americanos, era o favorito.

Cerca de 900 pessoas foram mortas no território afegão no último ano, na maioria dos casos em ataques atribuídos a militantes islâmicos.

No Paquistão, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou que o país havia ficado satisfeito com a recomendação feita pela comissão do 11 de setembro para que os EUA dessem mais atenção ao território paquistanês.

O governo paquistanês estima haver até 600 combatentes estrangeiros escondidos em suas regiões tribais, apesar de dezenas deles terem sido mortos em uma série de combates violentos ocorridos neste ano.

Com informações da agência Reuters.