Investigadores dos Estados Unidos encontraram vários casos de fraude envolvendo contratos de milhões de dólares para obras de reconstrução do Iraque e nos quais foi gasto dinheiro dos contribuintes norte-americanos e de fundos iraquianos. A informação faz parte de um relatório divulgado nesta sexta, dia 30.

O documento enviado ao Congresso dos EUA pelo gabinete do inspetor-geral da Autoridade Provisória da Ocupação (CPA, na sigla em inglês), dissolvida pelos norte-americanos em junho, afirmou que o órgão foi alvo de 69 investigações criminais, das quais 42 tinham sido concluídas. Outras 27 continuam em andamento.

Em um dos casos, um importante assessor da CPA não realizou uma concorrência obrigatória antes de firmar um contrato de US$ 7,2 milhões em serviços de segurança. O acordo foi cancelado, o adiantamento de 2,3 milhões pagos ao contratante, recuperado, e o assessor da CPA, demitido.

O inspetor-geral do órgão, Stuart Bowen, disse que suas descobertas não eram uma surpresa já que a CPA e as empresas prestadoras trabalhavam em um ambiente perigoso e instável.

– Esses resultados não são surpreendentes: a CPA deparou-se com uma série de grandes desafios, incluindo trabalhar em situações extremamente perigosas – disse o ex-advogado da Casa Branca (sede do governo dos EUA) em uma carta divulgada junto com o relatório.

Em um outro caso o Ministério do Interior do Iraque nomeou um membro civil do Departamento de Defesa dos EUA como técnico de uma equipe amadora de esportes do Iraque. O civil recebeu US$ 40 mil em dinheiro vivo como adiantamento, mas repassou esse montante para seu assessor militar, que perdeu parte dele em jogos de azar.

O inspetor-geral também encontrou falhas no processo de monitoramento dos serviços de concerto de oleodutos e descobriu que alguns funcionários não estavam fazendo o serviço pelo qual eram pagos.

A CPA teria tido problemas ainda para controlar os mais de US$ 600 milhões mantidos pelo Iraque em dinheiro vivo.

Com informações da agência Reuters.