| 05/08/2004 18h24min
Um oficial sênior do Pentágono chegou a propor ataques militares dos Estados Unidos à América do Sul e ao Sudeste da Ásia para "surpreender" terroristas diante da falta de bons alvos no Afeganistão. A informação consta de uma nota de rodapé do relatório publicado recentemente sobre os ataques de 11 de setembro, informa a revista Newsweek, em sua edição de 9 de agosto.
De acordo com a comissão que conduziu a investigação, o memorando secreto, que aparece sem assinatura, poderia ter sido escrito pelo subsecretário da Defesa, Douglas Feith. O documento do Pentágono é um dos vários revelados pela comissão que recomendou a adoção de idéias heterodoxas na guerra contra o terror, diz a revista. O memorando sugere o ataque "a alvos fora do Oriente Médio na ofensiva inicial" ou "um alvo não ligado à Al-Qaeda como o Iraque".
Possíveis ataques à América Latina e ao Sudeste da Ásia são apontados no relatório como uma maneira de pegar os terroristas
de surpresa, quando eles estariam
aguardando um ataque ao Afeganistão, afirma a reportagem.
A Newsweek revela que a idéia deve ser creditada em parte a dois homens, indicados para a unidade de inteligência por Feith depois dos ataques: o analista de defesa Michael Maloof e o especialista em Oriente Médio David Wurmser, que atua agora como assessor do vice-presidente norte-americano, Dick Cheney.
A reportagem afirma que ambos argumentaram que os ataques a células terroristas na América do Sul – como a região da Tríplice Fronteira, entre Paraguai, Argentina e Brasil, onde relatórios da inteligência apontavam a presença de membros do grupo Hezbollah – poderiam afetar outras operações terroristas.
Representantes da Casa Branca reforçaram que os argumentos foram vistos de forma cautelosa e nunca adotados, informa a revista.
As informações são da agência Reuters.
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