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Polícia Federal prendeu 63 doleiros somente nesta terça

Operação Farol da Colina ainda terá desdobramentos, segundo diretor da PF

Com base em levantamento prévio da Receita Federal e do Banco Central, a Polícia Federal estima que o esquema internacional de lavagem de dinheiro revelado pela operação Farol da Colina tenha enviado e recebido do exterior aproximadamente R$ 60 bilhões entre 1997 e 2002.

Relatório reservado da polícia informa que, pela dimensão e complexidade, o esquema funcionava como um sistema bancário clandestino dentro do sistema financeiro nacional. O esquema era tão sofisticado que tinha até câmara de compensação. Em momentos de aperto, determinado grupo de doleiros honrava os compromissos de outros grupos para manter a credibilidade do sistema paralelo.

A maior operação de combate à corrupção já realizada até hoje pela Polícia Federal prendeu 63 grandes doleiros do país, acusados de envolvimento no esquema em sete estados: Rio de Janeiro, Amazonas, Pernambuco, Paraíba, São Paulo, Minas Gerais e Pará.

Outros 60 doleiros, que também tiveram prisões decretadas pela 2ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, estão foragidos. Apesar do cumprimento de 63 mandados de prisões, na verdade a PF prendeu 62 pessoas, já que, devido ao seu estado de saúde, o pai de um doleiro de São Paulo não foi levado para a delegacia. Foram cumpridos 208 mandados de busca e apreensão.

A operação é um desdobramento das investigações realizadas desde 1997 no chamado Caso Banestado, e leva este nome devido à tradução livre de Beacon Hill, a empresa que seria uma das maiores beneficiárias de contas abertas na agência do Banestado em Nova Iorque.

O diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, garantiu que a investigação continua.

– Ainda haverá desdobramentos, haverá outras implicações de envolvidos. É importante nessas buscas que a gente localize anotações, bancos de dados, para saber quem são os clientes – disse.

De acordo com Paulo Lacerda, o cliente de um doleiro tem um perfil variado, de empresário que quer sonegar tributos, a um traficante, um contrabandista e até mesmo pessoas que de uma forma descuidada, ao invés de ir a um banco oficial, procuram doleiros para fazer uma operação cambial.

Com informações da Agência Brasil e Globo Online.

 
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