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Presidente da Brasil Telecom diz que não deixa o cargo

Empresa está sendo invetigada por esquema de espionagem

A presidente da Brasil Telecom SA, Carla Cico, afirmou nesta terça, dia 2, em Milão, que não foi acusada de qualquer crime no escândalo de espionagem que envolve a operadora e um de seus principais controladores, o banco Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, e que não deixará o cargo.

A polícia brasileira, que na semana passada prendeu cinco funcionários da Kroll – que teria sido contratada pela operadora para espionar sua concorrente Telecom Itália, com quem a Brasil Telecom trava batalha pelo seu controle – indicou que tanto Carla quando Dantas podem ser indiciados. Os dois executivos podem depôr nesta quarta-feira para o Ministério Público, em Brasília.

– Eu não posso confirmar que fui acusada. Eu só posso dizer que minha casa foi vasculhada. Por enquanto, não existe acusação formal – afirmou a presidente da Brasil Telecom em teleconferência para jornalistas italianos.

– Eu absolutamente não vejo razões que possam me tirar do meu posto. A Brasil Telecom continua dando os melhores resultados, a despeito dessas tempestades. Eu nego que a Brasil Telecom ou seus controladores tenham contratado (a Kroll) para investigar a Telecom Italia – acrescentou ela.

– A Brasil Telecom contratou a Kroll, por recomendação de advogados, para coletar informação sobre possíveis atos ilícitos que poderiam ter sido cometidos em relação às negociações para a compra da CRT –  acrescentou Carla Cico.

Ela não quis comentar informações publicadas na imprensa de que a Telecom Italia e o banco Opportunity estão em negociações avançadas para resolver o conflito. Nesta quarta, a Brasil Telecom divulga seus resultados para o terceiro trimestre. De acordo com analistas, a empresa deve ter lucro líquido de R$ 148 milhões no período, muito acima do resultado do segundo trimestre do ano, com ganhos de R$ 82 milhões de reais.

A Polícia Federal está investigando se Dantas e Carla contrataram a Kroll para espionar ilegalmente seus adversários na disputa pelo controle da Brasil Telecom, que remonta à privatização das telecomunicações, em 1998.

A disputa entre acionistas opõe o Opportunity, que atua em parceria com o Citigroup no Brasil, a fundos de pensão de estatais e à Telecom Italia. Há tempos os fundos de pensão das estatais e a Telecom Italia votam em bloco nas reuniões do conselho da Brasil Telecom para tirar o controle do Opportunity. Eles dizem que o Opportunity tem pouco dinheiro próprio investido na companhia, e, portanto, não teria direito a controlar as decisões.

As informações são da agência Reuters.

 
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