Líderes do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) alertaram o governo federal sobre a intensificação das invasões em todo o país no mês de novembro. Apesar de se assemelhar à estratégia adotada há seis meses, os sem-terra disseram que não repetirão o Abril Vermelho, período em que as ocupações aumentaram significativamente. Representantes dos agricultores estiveram reunidos com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, em Brasília, nesta quarta, dia 10.

– (O aumento das invasões) não se justifica. Nós já apresentamos para as lideranças nacionais o resultado muito forte que fizemos esse ano – afirmou Rossetto.

O MST pediu o aumento de recursos para a reforma agrária e o cumprimento da meta de assentar 115 mil famílias até o fim do ano. Rossetto garante que tem asseguradas terras para 92,7 mil famílias. Até o mês de outubro, 66 mil famílias tiveram seu processo de assentamento concluído. O restante – 26,7 mil –  já está com suas terras garantidas.

A estratégia de recrudescimento das invasões já começou a ser adotada. No Rio Grande do Sul, pela manhã, cerca de 450 integrantes do MST e MPA ocuparam um centro tecnológico do governo federal na cidade de Sarandi. A área abriga um laboratório, que investiga doenças ligadas ao gado – principalmente a febre aftosa. No local, há também plantação de milho e rebanho bovino.

Em vários locais do país, ações parecidas foram desencadeadas desde terça. Na Bahia, cerca de 500 integrantes do MST invadiram a subestação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, em Delmiro Gouveia. O mesmo número de agricultores ocupou o prédio do Incra em Goiânia. Houve ações contra o órgão também no Ceará e em Mato Grosso do Sul. Em Pernambuco, uma fazenda foi invadida por sem-terra.

Com informações da Rádio Gaúcha e da Agência Brasil.