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Palocci defende manutenção de austeridade fiscal

Ministro não vê necessidade de alterar meta do superávit primário

Após a revisão positiva do Produto Interno Bruto de 2003 e o forte crescimento registrado no terceiro trimestre, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, defendeu a austeridade fiscal e avaliou que o investimento tem garantido a solidez da expansão da economia brasileira.

– O nível de investimento vem mais do que acompanhando o crescimento da renda. Isso mostra que o investimento é definitivamente consistente com um ambiente de crescimento sustentável – disse o ministro Palocci em entrevista coletiva.

– Nós temos que manter os esforços e dar as condições para que esse crescimento continue, mas podemos dizer que o crescimento neste momento é sustentável – acrescentou.

De acordo com dados divulgados pela IBGE nesta terça, dia 30, o Produto Interno Brasileiro (PIB) cresceu 1% no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior e 6,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já a formação bruta de capital fixo, que mede os investimentos, cresceu 6,7% em relação ao segundo trimestre – a maior taxa desde 1994.

O ministro creditou o bom resultado da economia ao tripé formado por equilíbrio fiscal, resultado positivo nas contas externas e controle da inflação, e disse que o norte continua sendo a manutenção da austeridade.

– Estou convencido que o esforço fiscal tem grande responsabilidade nos resultados que temos obtidos. As críticas ao rigor fiscal realmente não me comovem – disse o ministro.

O ministro da Fazenda disse que não vê necessidade de alterar a meta de superávit primário do setor público consolidado de 4,25% do PIB no próximo ano.

– Em princípio o superávit do ano que vem é de 4,25% e não achamos que seja necessário alterá-lo – disse o ministro.

Neste ano, o governo decidiu elevar a meta de superávit para 4,5% do PIB, aproveitando o bom desempenho da arrecadação.

Palocci disse que no ano que vem o governo quer fazer "um movimento de equilíbrio entre a carga tributária nos níveis de 2002 e 2003, esforço fiscal e investimento".

A preocupação com o descompasso entre o nível de investimento e o crescimento da demanda foi um dos motivos que levou o Banco Central a subir a taxa de juro nos últimos meses, para evitar pressão inflacionária.

Segundo a avaliação do ministro da Fazenda, o ajuste monetário que o BC vem realizando não deve afetar a direção do crescimento econômico e disse que, se for mantido o crescimento dos investimentos, os problemas inflacionários do Brasil no futuro "serão pequenos".

Palocci aproveitou para fazer uma defesa da política de câmbio flutuante e atacou o chamado de "populismo cambial".

– O governo continua com a visão de que o câmbio flutuante nos atuais níveis tem respondido aos desafios das contas externas.

– Esse governo não vê bem uma política que foca em um valor do câmbio. Esse governo não vê bem o populismo cambial – enfatizou Palocci.

As informações são da agência Reuters.

 
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