| 09/12/2004 18h09min
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, anunciou nesta quinta, dia 9, a prorrogação do programa de desarmamento da população, que já recolheu 200 mil armas no país.
Há seis meses, o governo paga até R$ 300 por arma entregue. As cerca de 200 mil armas recolhidas ultrapassaram a meta inicial de 80 mil até o fim do ano, segundo Bastos. A campanha vai durar mais seis meses.
– A cada arma que se recolhe, uma vida é presumidamente salva – disse Bastos após uma cerimônia para a destruição de 10 mil delas, esmagadas por um rolo compressor.
– Isso protege as pessoas que morrem bobamente– o marido que mata sua mulher, o namorado que mata sua namorada, o acidente de trânsito que se transforma em briga e daí em tragédia – acrescentou o ministro.
O valor pago pelas armas é inferior à sua cotação nas ruas, mas o fato de as autoridades não fazerem perguntas atrai muitos brasileiros que têm armas guardadas em casas.
O programa de desarmamento é parte de um controle de armas mais rígido que está em vigor há um ano e visa a reduzir o número de homicídios. Cerca de 40 mil pessoas são mortas por armas de fogo a cada ano – o que supera o de mortes em acidentes de trânsito.
São 21 mortes para cada 100 mil pessoas, o que coloca o Brasil entre os 10 países mais violentos do mundo, no mesmo nível de nações em guerra.
O programa vai recolher uma pequena fração das 20 milhões de armas não-registradas que alguns grupos estimam haver no Brasil. Mesmo assim, ele serve de exemplo para a América Latina. A Organização das Nações Unidas (ONU) abriu um centro no Brasil para treinar forças policiais de países vizinhos para táticas de desarmamento.
O programa paga R$ 100 por uma pistola, R$ 200 por um rifle e R$ 300 por uma metralhadora.
As informações são da agência Reuters.
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