Protestos contra o governo na Bolívia paralisaram duas cidades e levaram às autoridades a atenderem a uma das maiores demandas dos manifestantes: o cancelamento da concessão de serviço de água a uma empresa estrangeira.

Uma greve de dois dias convocada por empresas e trabalhadores com o objetivo de protestar contra um aumento dos preço da gasolina agitou a cidade de Santa Cruz. As ruas foram bloqueadas e o transporte público, interrompido.

O governo disse que não irá reverter os preços da gasolina, afirmando que não pode dispor de US$ 30 milhões em subsídios, valores necessários para manter os preços baixos.

Em El Alto, os manifestantes criticavam a elevação dos preços e também o serviço de água da cidade, que é feito pela empresa francesa Suez Lyonnaise des Eaux.

Os manifestantes fecharam estradas que levam à capital e ao aeroporto internacional, nas redondezas de El Alto. Na noite desta terça, 11, o governo do presidente Carlos Mesa concordou em cancelar a concessão à companhia francesa, tanto em El Alto como em La Paz por não cumprimento dos termos do contrato.

Cerca de 200 mil pessoas em El Alto ainda não possuem água encanada, embora o contrato estipule uma cobertura de 100%. Empresa nega qualquer irregularidade. Mesmo com a decisão do governo, os líderes do movimento em El Alto disseram que não iriam encerrar a greve.

Em 2003, El Alto foi o centro de uma crise que acabou em uma revolta sangrenta contra o ex-presidente da Bolívia, que fugiu para os Estados Unidos.

As informações são da agência Reuters.