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 | 14/09/2001 09h14min

Chuí reclama de intolerância religiosa

O ministro da Justiça, José Gregori, confirmou ontem que a Polícia Federal (PF) investiga as atividades do prefeito de Chuí, Mohamad Kassem Jomaa (PFL): – Não temos elemento nenhum que indique qualquer tipo de conivência do prefeito, mas a PF está com redobrada vigilância sobre todas as possibilidades de terrorismo nas fronteiras. A comunidade árabe de Chuí afirma serem racistas os relatórios confidenciais da PF que associam Jomaa ao suspeito número 1 dos atentados da terça-feira, o milionário saudita Osama bin Laden. Os documentos foram revelados em reportagem de Zero Hora publicada em 3 de setembro. Ao apurar se havia fraude na certidão de nascimento de Jomaa, o inquérito 715/00 – aberto em dezembro passado – reuniu informes segundo os quais haveria ligações do prefeito com o procurado. Há duas semanas, quando parte do conteúdo desses relatórios veio a público, os líderes da comunidade já se mostravam preocupados com as generalizações, alertou o advogado Nagib Latif. Na ocasião, a colônia árabe, em nota oficial de 29 linhas, repudiava o que considerava intolerância religiosa. Os relatórios foram elaborados com base em informes sigilosos fornecidos pelos serviços de informação do Exército brasileiro, do governo uruguaio e dos próprios Estados Unidos. Em detalhes, descrevem na região de Chuí as atividades da Máfia Árabe, organização encarregada de negócios com armas, drogas e mão-de-obra estrangeira. E também com representantes de movimentos extremistas do Oriente Médio como Hamas, Hezbollah e Irmandade Muçulmana. Há muitos anos, a região é descrita pelos órgãos de informação como rota de terroristas pelo continente sul-americano.

CARLOS WAGNER
 
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