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 | 21/01/2005 22h18min

Bomba em mesquita mata 14 no Iraque nesta sexta

Ações violentas se intensificam com a proximidade da eleição

Um carro-bomba conduzido por militantes suicidas matou 14 xiitas que deixavam uma mesquita de Bagdá após as preces desta sexta, dia 21, dia sagrado para os muçulmanos. O incidente aumenta a tensão entre os sunitas e xiitas a apenas nove dias das eleições.

Outro carro-bomba explodiu em uma cidade um pouco ao sul da capital, matando e ferindo várias pessoas em uma festa de casamento. Sobreviventes levados a um hospital disseram que houve mais de 12 mortos. A polícia informou que ainda não sabia o número.

Em um sinal da autoconfiança dos insurgentes, um grupo decapitou um soldado iraquiano em plena luz do dia na turbulenta cidade de Ramadi. O corpo, ainda fardado, foi deixado numa rua, com a cabeça sobre o tronco e uma nota aconselhando outros soldados a desertarem.

E, em um vídeo divulgado na Internet, o grupo do jordaniano Abu Musab Al Zarqawi mostrou a decapitação de dois iraquianos que estariam trabalhando em um quartel norte-americano. Em outro vídeo, militantes prometeram tratar oito reféns chineses com "misericórdia" se Pequim, que se opôs à guerra no Iraque, proibir seus cidadãos de entrarem no país.

A China reagiu apelando à "amizade entre o povo chinês e o povo iraquiano" e dizendo que já aconselhou seus cidadãos a deixarem o Iraque. Os reféns, que foram ao Iraque em busca de trabalho, foram seqüestrados no começo deste mês. Em uma mensagem anterior, os sequestradores ameaçaram matá-los se a China não explicasse o que eles estavam fazendo no Iraque.

Os militantes islâmicos ampliaram suas ações violentas nesta reta final para a votação de 30 de janeiro, a primeira eleição multipartidária em quase meio século de história iraquiana. Eles também cometem ataques contra mesquitas de muçulmanos rivais, o que, segundo as autoridades, é uma tentativa de desencadear uma guerra civil.

Mesquitas e instituições políticas dos xiitas, que formam 60% da população, foram oprimidos no regime de Saddam Hussein e agora devem controlar o governo, são alvos freqüentes dos atentados. O ataque desta sexta contra a mesquita de Bagdá coincide com a festividade muçulmana do Eid Al Adha. A bomba explodiu enquanto os fiéis terminavam de rezar. Pelo menos 40 pessoas, inclusive crianças, ficaram feridas. A UTI de um hospital dos arredores ficou cheia.

Vários partidos sunitas ameaçam boicotar as eleições porque consideram que não haverá segurança para os eleitores dessa seita islâmica, que consequentemente acabarão sub-representados no futuro governo.

As informações são da agência Reuters.


 
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