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 | 13/02/2005 21h43min

Cinco candidatos disputarão a presidência da Câmara segunda

João Paulo Cunha deve se reunir com todos antes da votação

A escolha da nova Mesa Diretora da Câmara na segunda, dia 14, às 16h, marca o fim de uma das campanhas mais disputadas pelo comando da Casa. Além do grande número de faixas, cartazes e banners nos corredores da Casa, a campanha foi marcada por ingredientes típicos de uma eleição majoritária em nível nacional, como as viagens dos candidatos para buscar apoio nos estados, reuniões com governadores e bancadas estaduais.

A principal disputa foi travada dentro da bancada do PT que, pelo fato de ter o maior número de parlamentares na Câmara, tem direito de indicar o sucessor do presidente João Paulo Cunha. Numa consulta feita à bancada petista em 2004, o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) foi escolhido para representar a legenda, mas o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) se lançou como candidato avulso.

Em seguida os deputados Severino Cavalcanti (PP-PE), José Carlos Aleluia (PFL-BA) e Jair Bolsonaro (PFL-RJ) também lançaram suas candidaturas. Para ser eleito à presidência da Casa, o candidato precisa ter a maioria absoluta (metade mais um) dos votos válidos. Em caso de presença de todos os deputados, são necessários 257 votos.

Confiante, o deputado Severino Cavalcanti disse já contar com 251 votos garantidos para a sua candidatura.

– Só faltam seis – contabilizou.

O presidente nacional do PT, José Genoíno, também aposta na decisão em primeiro turno, mas a favor do candidato oficial de seu partido, o deputado Luiz Eduardo Greenhalg. Neste domingo, dia 13, o PT intensificou a campanha para tentar garantir os votos necessários – realizou churrasco com a presença de ministros e cerca de 200 parlamentares e reunião da bancada. Genoíno também insistiu na desistência da candidatura avulsa do deputado Virgílio Guimarães.

– Para o PT e para o Virgílio é bom que ele retire essa candidatura, porque o PT preserva a unidade de ação – afirmou.

Para Greenhalgh "toda a estratégia está marcada para que a gente ganhe amanhã no primeiro turno". Na opinião dele, a vitória será apertada em função do número de candidatos, que no total são cinco.

Virgílio Guimarães, que também disputa a presidência, passou o dia em reuniões fechadas com parlamentares em busca de votos. O último compromisso de campanha é um jantar dançante ainda no domingo, promovido pelos deputados que apóiam a sua candidatura.

O deputado baiano José Carlos Aleluia, candidato do PFL, aposta na realização de segundo turno. "A eleição está cada vez mais indefinida. É praticamente impossível saber quais os dois candidatos que irão para o segundo turno, mas é certo que vai ter segundo turno", acredita.

O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, também avalia que a disputa será acirrada, mas disse que partido vai tentar garantir a eleição de Greenhalgh em primeiro turno até a hora da votação.

– Existe muita gente indefinida – disse João Paulo.

Já o deputado Jair Bolsonaro confirmou que sua candidatura tem o objetivo de se opôr à de Greenhalg. Ele usará os 10 minutos da tribuna a que tem direito antes da votação para atacar o candidato do governo.

João Paulo Cunha afirmou que pretende presidir a sessão desta segunda e rebateu as críticas sobre sua falta de isenção por apoiar Greenhalgh.

– Os deputados sabem que eu sei separar muito bem o exercício da presidência do meu apoio ao deputado Luiz Eduardo Greenhalgh – disse.

João Paulo informou ainda que vai convocar uma reunião com os cinco candidatos à presidência da Casa para uma reunião na segunda. O grande número de candidatos que disputam a presidência da Mesa neste ano não é novidade na história da Casa. Antes da eleição consensual de João Paulo Cunha (PT-SP) em 2003, que obteve 434 de um total de 484 votos válidos, já houve casos de candidatos oficial e avulso no partido com a maior bancada em 1985, 1987 e 1989. Na década de 80, Ulysses Guimarães concorreu e venceu duas vezes outros deputados do PMDB para a presidência.

O Senado escolhe seu novo presidente nesse mesmo dia. O atual presidente, José Sarney (PMDB) deverá ser substituído pelo colega Renan Calheiros, candidato único.

Com informações da Agência Brasil e Agência Câmara.


 
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