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 | 24/02/2005 09h34min

Consórcio pode ter financiado execução de freira no Pará

Polícia ainda não considera hipótese levantada pela Comissão Pastoral da Terra

A hipótese de que o assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang teve um único mandante foi contestada, na quarta, dia 24, pela Comissão Pastoral da Terra, que suspeita da formação de um consórcio para financiar a execução da freira.

– A gente não consegue ver com clareza o número de envolvidos e se o valor de R$ 50 mil para pagar os pistoleiros teria sido dividido entre um consórcio que planejou a morte – disse por telefone a advogada da CPT, Rosilene Silva, que vem acompanhando as investigações.

Para o procurador-chefe do Ministério Público Federal no Pará, Ubiratan Cazeta, "é muito cedo" para se fechar linhas de investigação.

– Não temos o caso como resolvido – disse Cazeta.

Entretanto, após acareação realizada em Altamira na noite de terça entre três dos quatro acusados de envolvimento no crime, a Polícia Civil declarou o caso esclarecido e disse que iria indiciar os acusados.

Na quarta, a polícia disse que mantém a tese de que o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, que está foragido, é o único mandante do crime.

– A polícia ainda não fala em consórcio – disse por telefone o delegado Waldir Freire.

No entanto, Freire afirmou que nenhuma hipótese está descartada.

– A polícia ainda está investigando. Tudo será detalhadamente verificado – disse o delegado.

A Polícia Civil já prendeu três dos quatro acusados de envolvimento na morte da missionária naturalizada brasileira de 73 anos. Além de Sales, Clodoaldo Batista confessou a co-autoria da execução. Amair Feijoli da Cunha, acusado de ter intermediado a contratação dos dois pistoleiros, também está preso, mas alega inocência.

Separadamente, ainda na quarta, a Comissão Parlamentar Mista da Terra pediu a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Bastos de Moura.

O pedido se estende a outras oito pessoas suspeitas de envolvimento em trabalho escravo, grilagem de terra, exploração ilegal de madeira e mau uso do dinheiro público, particularmente da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam.

As informações são da agência Reuters.

 
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