| 28/02/2005 14h37min
O premiê libanês Omar Karami, apoiado pela Síria e que está sob forte pressão popular desde o assassinato de um ex-primeiro-ministro, declarou, nesta segunda, dia 28, que seu governo iria renunciar.
– Está fora de cogitação que o governo se torne um obstáculo, para o bem do país, eu anunciou a renúncia do governo que tenho a honra de liderar –disse Karami ao Parlamento em Beirute.
Milhares de manifestantes em Beirute desafiaram a proibição oficial e a fiscalização de centenas de soldados para protestar contra o domínio sírio sobre o Líbano. Bancos, escolas e lojas fecharam, depois que a oposição convocou uma greve geral anti-Síria. A greve estava programada para coincidir com o debate no Parlamento sobre o assassinato do ex-premiê Rafik al-Hariri, num ataque a bomba, em 14 de fevereiro. Muitos libaneses responsabilizam a Síria, que nega envolvimento.
Israel, por sua vez, deu início a uma ofensiva diplomática para angariar apoio internacional às acusações de que a Síria estava ligada ao ataque suicida palestino que matou cinco israelenses na sexta-feira e pôs em risco o cessar-fogo.
Os protestos de Beirute exigiam a renúncia do governo libanês. Ruas foram bloqueadas com barricadas e arame farpado. Carros e ônibus de manifestantes foram barrados antes de chegar à capital. A Síria exerce forte domínio sobre o Líbano e mantém 14 mil soldados no país.
No Parlamento, os deputados fizeram um minuto de silêncio e, numa atitude incomum, começaram a cantar o hino nacional.
– O Parlamento pergunta hoje: quem matou Rafik al-Hariri? – disse o presidente do Congresso, Nabih Berri.
As informações são da agência Reuters.
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