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 | 02/03/2005 17h43min

Oposição libanesa exige retirada total da Síria

ONU continua investigando a morte do ex-premiê Rafik al-Hariri

A oposição libanesa exigiu nesta quarta, dia 2, que os soldados e os serviços de inteligência sírios se retirem do país, e que as autoridades de segurança libanesas apoiadas pela Síria renunciem.

A oposição, numa declaração divulgada depois de uma reunião, disse que o presidente pró-Síria Emile Lahoud tem de aceitar a exigência para que ela se agregue a discussões para a formação de um novo governo. Duas semanas de protestos populares obrigaram o governo pró-Síria do premiê Omar Karami a renunciar na segunda-feira.

– A  medida que a oposição considera essencial em suas exigências pela salvação e independência é a total retirada do Exército e do serviço de inteligência sírios do Líbano – disse o comunicado, lido pelo parlamentar Ahmad Fatfat.

Manifestantes responsabilizam a Síria e o governo libanês, tanto direta quanto indiretamente, pelo assassinato no dia 14 de fevereiro do ex-premiê libanês Rafik al-Hariri. A Síria nega envolvimento.

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse à revista Time, numa entrevista publicada esta semana, que os 14 mil soldados sírios poderiam se retirar em alguns meses. Washington manifestou ceticismo.

– O que precisamos agora não é de retórica - seja pública ou privada. O que é necessário é ação – disse David Satterfield, importante funcionário do Departamento de Estado dos EUA, que esteve no Líbano esta semana.

O presidente do Congresso, Nabih Berri, disse, depois de conversar com o presidente Emile Lahoud, que os contatos para a nomeação de um novo premiê estavam em andamento. Os dois são muito próximos da Síria.

– Fui o primeiro a advertir contra entrarmos num vácuo (de poder) – disse ele a repórteres.

A oposição afirmou que o novo governo deve ser neutro, que seus integrantes não devem participar das eleições gerais de maio e devem ser aceitos pela maioria dos libaneses.

Uma equipe da ONU continua investigando a morte de Hariri, reencenando seus últimos movimentos antes de uma bomba atingir sua comitiva, em Beirute.

Mais um corpo foi encontrado nos escombros da explosão, elevando o número total de mortos no ataque para 19.


 
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