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 | 05/03/2005 17h18min

EUA podem negociar prazo para acatar OMC

País ainda analisa impacto da suspensão de subsídios a produtores de algodão

O governo dos EUA ainda não sabe o que fazer depois que Organização Mundial do Comércio (OMC) deu ganho de causa definitivo ao Brasil no caso do algodão, ao considerar indevidos os subsídios que vêm sendo dados aos produtores norte-americanos.

Por um lado, o governo dos EUA está propenso a propor uma negociação ao Brasil, na qual faria concessões comerciais, que durariam até o fim da Rodada de Doha. Prevista para dezembro, a rodada incluiria reformas que afetariam definitivamente a legislação norte-americana. De outro, há pressões do Congresso dos EUA para que o governo acate logo a determinação da OMC e apresente ao Congresso as mudanças necessárias na legislação sobre subsídios.

De acordo com o prazo da OMC, os subsídios ao algodão têm de ser suspensos a partir de julho. Richard Mills, porta-voz do Ministério de Comércio Exterior da Casa Branca, sugeriu que os EUA buscariam uma solução negociada.

– Estamos interessados em resultados e não em litígio – disse.

Na sexta-feira, um dia depois da decisão da OMC, dois dos principais representantes do Brasil e dos Estados Unidos se encontraram em uma reunião ministerial no Quênia.

O chanceler Celso Amorim e o representante dos Estados Unidos para assuntos comerciais, Peter Allgeier, não chegaram a conversar sobre o assunto. Mas, em entrevistas a jornalistas, Allgeier não deu a entender que haveria uma adoção imediata da decisão da organização.

–  Levamos a sério as decisões da OMC e sabemos das nossas obrigações. Mas ainda estamos analisando a questão – afirmou.

Para a delegação brasileira, os norte-americanos deram sinais de que pretendem negociar com o Brasil alguns prazos para aplicar a decisão da OMC. O ministro Celso Amorim não descarta essa possibilidade.

–  Sentar com a gente, tudo bem. Mas é preciso saber que a discussão não é mais "se", mas "como" as medidas serão implementadas – alertou Amorim.

Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), com a decisão da OMC a atual produção do país poderá dobrar em cinco anos.

As informações são do jornal Zero Hora.


 
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