Líderes árabes reúnem-se em Argel, na terça, dia 22, depois de um debate acalorado sobre como reapresentar uma oferta de paz feita a Israel três anos atrás e repetidamente descartada pelo Estado judaico. Em quase todas as cúpulas árabes realizadas desde a primeira delas, no Cairo (Egito), em 1964, o conflito árabe-israelense dominou os preparativos. Dessa vez, o debate trava-se em torno de uma proposta da Jordânia de reelaborar uma oferta feita em 2002 a Israel.

A iniciativa ofereceu então ao Estado judaico a paz e a normalização das relações com mais de 20 países árabes em troca da retirada israelense dos territórios ocupados desde 1967. A Jordânia, o governo árabe mais próximo do Estado judaico, sugeriu simplificar a proposta de duas páginas, conhecida no mundo árabe como a "iniciativa de Beirute", a fim de enviar uma mensagem de paz para os israelenses e a opinião pública mundial.

O rei jordaniano, Abdullah, deseja aproveitar-se da discreta melhora nas relações entre árabes e israelenses depois da decisão tomada pelo Estado judaico de suspender o assassinato de militantes palestinos, permitindo a declaração de uma trégua após quatro anos de conflitos.

Recentemente, os principais grupos palestinos aceitaram suspender condicionalmente os ataques contra os israelenses até o final deste ano. O Egito e a Jordânia, que possuem tratados de paz com Israel, enviaram seus embaixadores de volta ao Estado judaico após quatro anos de ausência. Mas outros países árabes não desejam ver alterada a proposta elaborada em Beirute, em 2002.

Em vista desse cenário, o rei Abdullah não deve participar da cúpula. Também estarão ausentes o presidente do Líbano, Emile Lahoud, o príncipe herdeiro Abdullah, da Arábia Saudita, e outros líderes do golfo Pérsico.

As informações são da agência Reuters.