| 21/03/2005 19h52min
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, disse nesta segunda, dia 21, que seu partido, o direitista Likud, pode rachar por causa da proposta de desocupação da Faixa de Gaza. Sharon enfrenta dificuldades para aprovar o Orçamento de 2005 no Parlamento.
– Não vejo como poderemos concorrer juntos nas próximas eleições, pois eu apoio a retirada e vocês não – disse Sharon em uma conturbada reunião da bancada do partido, segundo uma fonte do governo.
Os deputados rejeitaram um pedido dos seguidores de Sharon, que tentavam afastar quatro dissidentes do partido da Comissão de Finanças do Parlamento, onde Sharon não tem garantia para aprovar o Orçamento, na votação marcada para terça.
– O Likud está simplesmente cometendo suicídio – disse o ministro dos Transportes, Meir Sheetrit, que apóia Sharon.
Pela lei israelense, a não aprovação do Orçamento de cerca de US$ 62 bilhões na comissão e no plenário, no dia 31, pode levar à convocação de eleições antecipadas, o que retardaria a desocupação prevista para meados deste ano.
As eleições gerais israelenses estão previstas para o final de 2006, mas podem ser antecipadas para o final de junho próximo caso o Orçamento seja rejeitado. A coalizão governista controla 67 das 120 cadeiras do Knesset (Parlamento), mas cerca de 10 deputados ligados aos colonos ameaçam votar contra o Orçamento.
Desde que Sharon propôs eliminar todos os 21 assentamentos da Faixa de Gaza e quatro da Cisjordânia, no ano passado, seus assessores disseram várias vezes que ele poderia convocar eleições antecipadas, na esperança de derrotar nas urnas os adversários da desocupação.
Uma autoridade israelense disse que, com a aproximação do confronto a respeito do Orçamento, Sharon está repetindo a ameaça na esperança de que os dissidentes apóiem a desocupação, para não correrem o risco de perder o mandato em uma eleição antecipada. Essa fonte disse que Sharon pode antecipar a eleição mesmo que o Orçamento seja aprovado. Isso seria uma tentativa de silenciar os críticos e evitar a violência de extremistas, que prometem resistir à saída dos territórios conquistados por Israel em 1967.
As pesquisas mostram que a ampla maioria dos israelenses é favorável desocupação de Gaza, onde mais de 8 mil israelenses vivem sob forte vigilância, cercados por 1,3 milhão de palestinos.
As informações são da agência Reuters.
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