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 | 22/03/2005 12h11min

EUA rejeitam reabrir caso de tortura de membros da Reuters

Três iraquianos foram presos após noticiar queda de helicóptero

O Pentágono recusou-se a reabrir uma investigação sobre a acusação feita por três iraquianos contratados pela Reuters de que foram vítimas de maus tratos e sofreram abusos por soldados norte-americanos, dizendo que mantém uma investigação inicial que absolveu os militares. A Reuters diz que a investigação, durante a qual nenhum dos três denunciantes foi ouvido, havia sido inadequada e deveria ser reaberta.

Lawrence Di Rita, assistente especial do secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, disse que advogados do Comando Central e do Pentágono haviam revisto a investigação realizada pelos militares.

– Determinou-se que a investigação foi satisfatória e que não foi encontrado nenhum motivo para reabri-la – afirmou Di Rita, em uma carta datada de 7 de março e recebida pela Reuters nesta semana. – É lamentável que a Reuters continue insatisfeita com essa ação tomada em relação ao incidente.

– Estou muito decepcionado com o fato de que o Departamento de Defesa tenha optado por não reabrir uma investigação claramente falha a respeito de um incidente bastante preocupante – afirmou na terça David Schlesinger, editor global da Reuters.

Os três iraquianos, junto com um outro jornalista freelance do Iraque que trabalhava para a rede NBC, foram detidos por soldados da 82ª Divisão de Transporte pelo Ar, no dia 2 de janeiro de 2004, enquanto noticiavam a derrubada de um helicóptero perto de Falluja.

Quando foram libertados três dias depois, sem terem sido acusados de crime nenhum, os iraquianos contaram que, enquanto estiveram presos em uma base militar próxima da cidade, haviam sido espancados várias vezes, torturados e submetidos a atos de humilhação sexual. As práticas são semelhantes s denunciadas no caso da prisão de Abu Ghraib, também comandada pelos militares dos EUA.

Na sua investigação, as Forças Armadas norte-americanas afirmaram que os soldados tinham jurado não estar envolvidos em nenhum caso de abuso. Depois da investigação realizada pelos EUA a respeito do escândalo de Abu Ghraib, o Pentágono anunciou que reveria o caso envolvendo os funcionários da Reuters a fim de decidir se ele deveria ser reaberto.

Segundo o Pentágono, a tortura de prisioneiros no Iraque envolveu apenas alguns soldados e todas as acusações de abuso teriam sido investigadas exaustiva e prontamente. O governo norte-americano diz nunca ter autorizado o uso da tortura.

Documentos das Forças Armadas dos EUA divulgados devido Lei de Liberdade de Informação mostram que várias acusações de tortura haviam sido investigadas no Iraque e no Afeganistão. Também houve acusações de tortura sendo praticada na base militar norte-americana da baía de Guantánamo.

Di Rita encerrou sua carta conclamando novamente os jornalistas a atuarem apenas ao lado dos soldados norte-americanos, inseridos dentro de seus batalhões.

– Por fim, reitero minha recomendação de que os senhores estudem a possibilidade de incluir seus repórteres nas unidades norte-americanas. É uma excelente oportunidade para cobrir as atividades militares dos EUA no Iraque – disse ele.

As informações são da agência Reuters.


 
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