| 23/03/2005 21h28min
O embaixador da Síria em Washington disse nesta quarta, dia 23, que espera que Estados Unidos e Israel sigam o exemplo do seu país e retirem suas tropas do Iraque, dos territórios palestinos e das colinas do Golã, da mesma forma como a Síria está deixando o Líbano.
– Vamos nos retirar (do Líbano) assim que possível, quanto antes melhor. E não estamos falando em dois ou três meses. Faremos isso muito rapidamente. Espero que isso inspire outros países no Oriente Médio a retirarem suas ocupações do Iraque, da Palestina e da própria Síria (na região do Golã) – disse o diplomata Imad Moustapha em discurso na Universidade Georgetown.
Diante de uma crescente pressão internacional e de manifestações populares no Líbano, a Síria completou neste mês a primeira das duas etapas da retirada de seus soldados e serviços de inteligência do país vizinho, sobre o qual exerceu seu domínio durante três décadas. Moustapha disse que uma comissão sírio-libanesa vai se reunir no começo de abril para definir o cronograma exato da desocupação total.
Os Estados Unidos participam da pressão contra a Síria e exigem também que Damasco pare de apoiar grupos que Washington considera terroristas, como o Hezbollah libanês. Os norte-americanos também acusam os sírios de permitirem a infiltração de militantes no Iraque. Durante seu discurso, Moustapha disse que várias políticas norte-americanas são hipócritas e determinadas por Israel. Ele também mencionou a manutenção de suspeitos de terrorismo na base naval norte-americana de Guantánamo, encravada em Cuba.
– Não me orgulho de que a Síria tenha presos políticos como vocês têm na baía de Guantánamo, gente que não sabe do que está sendo acusada, quando será solta, quando será julgada e se terá acesso a advogados. Nossos planos são de que até junho de 2005 não tenhamos um só preso político na Síria. Queremos tornar qualquer coisa similar à sua baía de Guantánamo uma parte do nosso passado – disse Moustapha.
Apesar das farpas, o embaixador também deixou claro que Damasco tem interesse em melhorar as relações com os Estados Unidos, e afirmou esperar que a desocupação do Líbano seja um passo nessa direção.
– Esperamos que, assim que este capítulo se encerrar, possamos encontrar um terreno comum com os Estados Unidos, porque a Síria tem o desejo de se engajar positivamente com os Estados Unidos. Não consideramos a Síria uma inimiga dos Estados Unidos. E não queremos ser vistos como inimigos pelos Estados Unidos – afirmou.
As informações são da agência Reuters.
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