A Bélgica extraditou nesta sexta, dia 1º, um militante islâmico suspeito para a Espanha, onde ele é investigado por uma suposta participação nos ataques de 11 de março do ano passado, em que 191 pessoas morreram em explosões nos trens de Madri.

O marroquino Youssef Belhadj, suspeito de ser o porta-voz europeu da Al-Qaeda, apresentou-se rapidamente a um juiz espanhol em Madri e foi acusado do assassinato das 191 pessoas, além de pertencer a um grupo armado, disse uma fonte judicial. Ele deve se apresentar novamente ao tribunal na semana que vem.

As investigações espanholas indicam que ele seja Abu Dujan, um porta-voz da Al-Qaeda que reivindicou a autoria pelo ataque em uma gravação em vídeo. Nascido em Marrocos, mas morador da Bélgica, Belhadj foi preso pela primeira vez em março de 2004, sendo libertado depois. A polícia o prendeu novamente no início de fevereiro.

Abu Dujan dizia na gravação que os ataques aos trens eram uma retaliação à colaboração do governo espanhol com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, citando o envolvimento espanhol nas guerras do Iraque e do Afeganistão.

A gravação foi divulgada horas antes das eleições gerais espanholas, em que o governo pró-EUA acabou derrubado em prol do líder socialista José Luis Rodriguez Zapatero, que depois retirou as tropas espanholas do Iraque. Mais de cem suspeitos foram presos na Espanha desde os ataques. Muitos foram libertados por falta de provas.

As informações são da agência Reuters.