| 03/04/2005 20h32min
A geradora estatal Furnas pretende renegociar o contrato de compra de energia da Argentina firmado com Companhia de Interconexão Energética (Cien). A companhia brasileira, parte do grupo Eletrobrás alega que a fornecedora não conseguiu entregar todo o volume de 700 megawatts (MW) previsto no acordo.
A falha da Cien, controlada pela espanhola Endesa, ocorreu durante um teste realizado no mês passado por determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A agência desconfiava da capacidade efetiva de fornecimento da Argentina, que atravessa uma crise energética. O presidente de Furnas, José Pedro Oliveira, afirmou que a Cien só foi capaz de entregar 200 MW dos 700 MW contratados, o que prejudicou a participação da estatal no segundo leilão de energia realizado pelo governo neste fim de semana.
– Nós vamos nos reunir com a Cien para verificar se ela consegue suplantar (os problemas). Se ela não conseguir, nós vamos reduzir a demanda ao nível do que ela pode entregar. Com as consequências financeiras decorrentes disso para ela – disse Oliveira neste domingo, horas depois do fim do leilão de energia, do qual Furnas saiu sem vender nada.
O executivo explicou que Furnas paga um valor fixo para assegurar o direito de receber até 700 MW de energia quando necessário. Quando a energia é realmente entregue, a estatal paga um valor adicional pelo fornecimento. Segundo Oliveira, a redução das garantias que seriam dadas pela Cien foi a principal razão pela qual Furnas saiu do leilão de mãos vazias.
Ele sustentou, no entanto, que a estatal já conseguiu fechar bastantes contratos no primeiro leilão de energia realizado pelo governo em dezembro passado. Além disso, disse que Furnas está preparada para participar dos próximos leilões com cerca de 500 MW de energia "botox", ou seja, a energia "velha" produzida por usinas que entraram em operação até 2000 mas que, por não ter sido contratada até março de 2004, poderá concorrer com a energia "nova" em futuros leilões do governo.
As informações são da agência Reuters.
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