| 04/04/2005 10h53min
Um representante da ONU pressionou nesta segunda, dia 4, o presidente do Líbano, Emile Lahoud, a desarmar a milícia xiita Hezbollah, mas não anunciou nenhum acordo nesse sentido.
A Síria prometeu no domingo ao enviado Terje Roed-Larsen que vai encerrar sua presença militar e de espionagem no Líbano até 30 de abril, como prevê a resolução 1559 do Conselho de Segurança. Mas a medida, aprovada em setembro por iniciativa franco-americana, exige o desarmamento de todas as milícias no Líbano, assim como a saída das forças estrangeiras.
Roed-Larsen disse a jornalistas que discutiu com o pró-sírio Lahoud a questão da milícia, mas não deu sinais de acordo. "Decidimos continuar o nosso diálogo", disse o diplomata, acrescentando que pretende se encontrar novamente com o presidente durante sua visita a Beirute.
O Líbano é oficialmente contrário ao desarmamento do Hezbollah, por entender que se trata não de uma milícia, mas de uma força de resistência contra a ocupação israelense na região agrícola de Shebaa. A ONU considera que o território é sírio, não libanês, e afirma que Israel, sob freqüente ataque do Hezbollah, completou sua retirada do Líbano em 2000.
O Hezbollah é a única facção armada no Líbano desde o final da guerra civil (1975-90). Além disso, é também um grupo político, com 12 das 128 vagas no Parlamento e vasto apoio entre os xiitas, que formam o maior grupo da população libanesa.
Uma tropa libanesa assumiu nesta segunda um importante posto de controle sírio na estrada que liga Beirute a Damasco, e os sírios estão preparados para abandonar um edifício dos arredores usado por seus serviços de segurança, segundo testemunhas.
A inteligência síria controlava aquele posto de controle em Shtoura, no vale do Bekaa (leste), há quase três décadas. Os sírios também deixaram o hospital militar de Shtoura, retirando 15 caminhões e outros veículos.
Oficiais sírios e libaneses de alta patente se encontraram no Bekaa para definir os detalhes da retirada do resto do contingente da Síria até o final deste mês. Damasco sofre pressão para abandonar o Líbano, após 29 anos de ocupação, desde o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri. A Síria nega envolvimento no atentado que o matou.
As informações são da agência Reuters.
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