| 07/04/2005 17h01min
Entidades que reúnem empresários do setor exportador brasileiro manifestaram nesta quinta, dia 7, durante encontro no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), preocupação com a atual política cambial e fizeram propostas de mudança. Participaram do encontro representantes de 23 associações, sindicatos e federações industriais, entre as quais as Federações das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Minas Gerais (Fiemg) e Rio Grande do Sul (Fiergs).
Um documento expressando os pontos de preocupação e propostas de mudanças foi encaminhado na noite de quarta ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
As propostas incluem a continuidade dos leilões de compra de dólares para reservas cambiais mais elevadas, realização de swap reverso (introdução de um mecanismo que reduza a dívida interna em dólares), a regulamentação de linhas de crédito para exportação pré-embarque, com o Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) em reais, e a regulamentação do prazo máximo de 30 dias para financiamento de importação de bens de consumo duráveis e não-duráveis.
Segundo o presidente da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), Roberto Giannetti da Fonseca, as medidas ajudarão a reduzir a volatilidade e a apreciação do câmbio que hoje aflige as empresas exportadoras.
– Os empresários exportadores estão cumprindo seus contratos, mas negócios novos para o futuro estão ficando difíceis, porque, com o câmbio atual, a empresa hesita em fechar novos contratos. Daqui a seis meses, infelizmente, esses resultados negativos vão aparecer – afirmou.
Giannetti destacou que o câmbio é fundamental para a exportação, por ser a principal variável da economia em termos de preços relativos.
– Se nós tivermos uma disparidade cambial como temos hoje em dia no Brasil, isso afetará todo o desempenho do setor.
Ele ressaltou que, além do câmbio, há outros fatores que estimulam ou prejudicam a exportação, como a carga tributária, a produtividade, financiamento e logística.
– Mas sem câmbio nada é possível. Nós não queremos ter um câmbio subvalorizado, queremos ter um câmbio legítimo, para que possamos trabalhar com confiança, com expectativa de que não teremos prejuízo no futuro – disse ele.
As informações são da Agência Brasil.
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