O príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, vai reconhecer seus "múltiplos pecados e maldades" e prometerá ser fiel depois de se casar com Camilla Parker-Bowles, sua amante há décadas, neste sábado, 9.

Charles escolheu essas fortes palavras de penitência para a bênção religiosa que ocorrerá depois que ele se casar com a mulher que, para muitos, foi a causa da ruptura de seu matrimônio com a falecida princesa Diana.

O casal, finalmente unido após 35 anos de romance e dois divórcios, vai se juntar à congregação para recitar a dura penitência, oriunda do Livro da Prece Comum, do século 17.

Charles, 56, e Camilla, 57, ambos divorciados, se casarão no civil numa rápida cerimônia na prefeitura de Windsor, a oeste de Londres, e em seguida comparecerão à prece religiosa na capela de São Jorge, no caminho para o castelo de Windsor.

O casamento, adiado em 24 horas para que não coincidisse com o enterro do papa João Paulo II, vem tendo contratempos desde que foi anunciado, em fevereiro. O local mudou de castelo para castelo, após uma confusão sobre a licença oficial para o casamento. A rainha Elizabeth II, que custou a aceitar o romance do seu primogênito com Camilla, não vai comparecer à cerimônia civil.

A Casa de Windsor, considerada pelos irreverentes tablóides do país como a família mais complicada da Grã-Bretanha, é celeiro de freqüentes escândalos. Três dos quatro filhos da rainha já se divorciaram. As pesquisas mostram que a maioria dos súditos aceita o segundo casamento de Charles, mas se opõe   hipótese de que ela venha a se tornar rainha. Mais do que ninguém, Charles sabe que a popularidade de Diana, a "Princesa do Povo", continua intacta, mesmo passados quase oito anos de sua morte.

Detalhes da grande data para Charles e Camilla foram divulgados nesta quinta, mas assessores reais agora esperam que nada mais dê errado  – apesar de a meteorologia prever frio neste sábado em Windsor. A segurança foi reforçada no castelo depois que uma equipe do tablóide The Sun conseguiu driblar a vigilância, fingindo-se de entregador, para deixar lá dentro uma caixa marrom sobre a qual estava escrito bomba.

Não é a primeira vez que a segurança na monarquia passa vexame. Em 2003, o auto-intitulado "terrorista da comédia" Aaron Barschak se fantasiou de Osama bin Laden e invadiu a festa de aniversário do príncipe William, filho mais velho de Charles. O custo da segurança para o casamento aumentou, porque vários policiais serão convocados num dia de folga, o sábado, para proteger personalidades como o primeiro-ministro Tony Blair e membros das nobrezas européias.

As informações são da agência Reuters.