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 | 10/04/2005 10h56min

Polícia impede entrada de manifestantes judeus em Jerusalém

Milhares de policiais israelenses fecharam um ponto sensível de Jerusalém neste domingo para impedir uma marcha de judeus ultranacionalistas. Militantes palestinos advertiram que a marcha poderia acabar com o cessar-fogo. Israel proibiu a marcha, que tinha por objetivo atrapalhar o plano de retirada de colonos de Gaza.

Policiais e manifestantes entraram em conflito perto do local conhecido pelos muçulmanos como al-Haram al-Sharif (Nobre Santuário) e pelos judeus como Monte do Templo. Somente algumas centenas de simpatizantes do grupo de direita Revava (Multidão) participavam da marcha que os organizadores disseram que atrairia 10 mil pessoas ao local no coração do conflito no Oriente Médio e cena de conflitos sangrentos no passado. 

Cerca de uma dúzia de pessoas foram presas durante os breves distúrbios em que os manifestantes gritaram "Gestapo" para os policiais e um oficial foi ferido por uma pedra.

– Viemos mostrar ao mundo que não podemos rezar nem sequer no nosso local mais sagrado, o Monte do Templo –  disse o manifestante judeu Efraim Cohen, 21, colono da Cisjordânia.

– Mas se (o primeiro-ministro, Ariel) Sharon acha que será fácil expulsar judeus de Gaza da maneira como lidou conosco hoje, está enganado. A luta vai continuar – disse, antes de ser levado pela polícia.

Palestinos proibidos de entrar no local por terem menos de 40 anos de idade também entraram em conflito com policiais montados sobre cavalos em um portão da Cidade Velha antes de serem afastados, disseram testemunhas. Israel proibiu a entrada de homens com menos de 40 anos no domingo para minimizar o risco de violência. O complexo de Jerusalém, que abriga as mesquitas de Al Aqsa e Domo da Rocha, é o terceiro local mais sagrado do Islamismo.

O local é o mais sagrado para os judeus, considerado o ponto onde foi o construído o templo bíblico do Rei Salomão e onde um segundo templo foi destruído pelos romanos no ano 70 D.C. Militantes palestinos ameaçaram abandonar o cessar-fogo de fato com Israel se a marcha fosse realizada.                               

A polícia manteve os manifestantes longe do Muro das Lamentações, local de orações de judeus abaixo do complexo das mesquitas, para evitar conflitos com muçulmanos.

As informações são da agência Reuters.


 
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