| 26/04/2005 10h29min
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, está conseguindo superar os ataques de seus rivais sobre a política em relação ao Iraque e manter uma grande liderança nas pesquisas antes das eleições britânicas do dia 5 de maio. Nesta terça, dia 26, contudo, ele enfrenta novas acusações de um desertor de seu partido, que o acusa por "mentiras de virar o estômago".
Duas novas pesquisas mostram Blair entre 10 e oito pontos percentuais frente de seus principais opositores, numa diferença que lhe daria confortavelmente um terceiro mandato. Mas a satisfação de Blair com as sondagens deve ser abalada pela embaraçosa deserção de um veterano esquerdista de seu Partido Trabalhista para o Partido Liberal-Democrata, que se opôs guerra.
Brian Sedgemore, um parlamentar de 68 anos que freqüentemente votou contra Blair, disse que os trabalhistas não representam mais a Grã-Bretanha liberal e criticou seu antigo chefe sobre o Iraque, as leis antiterror e a administração dos serviços públicos.
– Peço a todos do centro e da esquerda da política britânica para dar a Blair um soco na cara nestas eleições gerais e votar nos liberais-democratas – disse ele numa entrevista coletiva. – As mentiras de virar o estômago sobre o Iraque foram seguidas da tentativa de usar a política do medo para levar o Parlamento a aprovar leis e medidas de ordem altamente autoritárias.
O ataque de Sedgemore compõe uma mudança na campanha eleitoral desde o fim de semana, com um enfoque agora voltado aos argumentos de Blair para apoiar a invasão do Iraque em 2003. Após semanas de debates sobre questões domésticas, o líder conservador, Michael Howard, acusou Blair de mentir a respeito das informações de inteligência sobre os armamentos proibidos do Iraque, enquanto os liberais-democratas pediram uma investigação sobre o caso.
Blair diz acreditar ter tomado a decisão correta sobre o Iraque e que o mundo está mais seguro sem Saddam Hussein.
– Para aquelas pessoas que se opõem guerra, quanto mais eu coloco meu ponto de vista, mais isso as irrita – disse ele ao jornal The Guardian.
Os índices de apoio a Blair caíram com o Iraque, mas ele está se beneficiando da economia saudável para ajudá-lo a ganhar as eleições. Algumas das pesquisas divulgadas na terça foram feitas antes de o Iraque passar dianteira da campanha eleitoral. Se os dados das pesquisas se repetirem na eleição, Blair venceria com apenas uma pequena redução em sua atual maioria de 161 parlamentares, segundo os analistas.
A maior preocupação dos trabalhistas é que os seus eleitores não compareçam s urnas em número semelhante ao das eleições passadas.
As informações são da agência Reuters.
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