| 29/04/2005 15h34min
As vendas de produtos da cesta básica devem crescer a partir de junho, quando a classe trabalhadora começa a receber a diferença de ganhos com o aumento do salário mínimo, que passa de R$ 260 para R$ 300 a partir do próximo dia 1º de maio. Essa é a estimativa do coordenador técnico de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), Ademir Figueiredo, anunciada nesta sexta, dia 29.
Com base em estudo do Dieese, ele observa que ao multiplicar o valor do reajuste, de R$ 40, pelo número de pessoas que ganham até um salário mínimo, chega-se a um resultado de R$ 13,3 bilhões, considerando os noves meses deste ano em que o adicional estará incorporado ao piso nacional. E uma parte significativa desse montante, em sua avaliação, deve ser direcionada para o consumo básico.
Figueiredo observa que a população de baixa renda, que depende do salário mínimo, já vive em uma situação de dificuldades e diante disso afirma ser bastante razoável imaginar que a entrada de um novo recurso vá para consumo. A reposição em relação à inflação, no período que antecede a entrada em vigor, deve ficar entre 8,5% a 8,8%, observa, o que permite um pouquinho mais de poder de compra em relação a 2004.
O técnico participou nesta sexta do segundo dia de debates sobre a valorização do salário mínimo no seminário Salário Mínimo e Desenvolvimento, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista. Em sua análise, a questão de se estabelecer uma política em torno do reajuste do salário mínimo como prevê a Comissão Quadripartite, que reúne representantes do governo e entidades dos trabalhadores, empregadores, aposentados e pensionistas, ainda terá um longo caminho a percorrer. Isso em função de pontos polêmicos como o financiamento da Previdência, o impacto sobre a folha de servidores dos municípios e do papel do mínimo enquanto dinamizador da economia.
As informações são da Agência Brasil.
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