| 02/05/2005 08h39min
O ex-diretor da BBC e tradicional eleitor trabalhista Greg Dyke disse nesta segunda, dia 2, que um novo governo trabalhista presidido por Tony Blair poderia afundar ainda mais a democracia no Reino Unido.
Dyke, que apoiou os trabalhistas durante 40 anos, afirmou que dessa vez votará no Partido Liberal Democrata, único que se opôs desde o início à invasão do Iraque, após acusar Blair de governar no estilo presidencialista. Ele ressaltou ser incapaz de apoiar um governo trabalhista "dirigido por Tony Blair", a quem acusou de ter manipulado as informações dos serviços secretos sobre a guerra do Iraque e a assessoria legal recebida.
– Escolheram o que era conveniente e desprezaram o resto – disse Dyke em referência aos exageros sobre as supostas armas de destruição em massa do Iraque e as dúvidas sobre a legalidade do conflito expressadas em seu primeiro relatório enviado ao governo por seu assessor, Peter Goldsmith.
– Acho que vimos nos últimos oito anos a destruição do governo (coletivo) do gabinete e sua substituição por um presidencial – criticou o ex-diretor-geral da BBC.
Após expressar que "Blair deixou muito claro na semana passada que a decisão de ir à guerra no Iraque foi sua e não de seu governo", Dyke acrescentou: "Essa não é a democracia pela qual sempre votei".
O ex-diretor-geral da BBC também criticou os ministros de Blair por terem optado pela guerra sem pedir ao premiê britânico o relatório completo de seu assessor legal, Goldsmith.
– Com as honrosas exceções de Robin Cook e Clare Short, ninguém disse nada – ressaltou Dyke em referência aos ex-ministros de Exteriores e de Cooperação Internacional, respectivamente, que renunciaram após a invasão do Iraque. – Minha interpretação é que este é o gabinete mais submisso da história.
Dyke também atacou com dureza o Partido Conservador de Michael Howard, classificando-o de incoerente e oportunista por ter apoiado a guerra do Iraque para agora criticar os trabalhistas.
Greg Dyke pediu demissão da BBC por causa do escândalo provocado por um relatório da emissora sobre o suicídio do especialista em armas do Ministério da Defesa David Kelly no qual acusava o governo Blair de ter exagerado na ameaça militar iraquiana.
As informações são da EFE.
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