| 06/05/2005 21h53min
Se o mundo não tomar medidas para limitar o acesso à tecnologia para a fabricação de combustível para bombas atômicas, poderá viver um apocalipse nuclear, disse na sexta, dia 6, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), Mohamed El Baradei.
Ele propôs uma moratória de cinco anos ao enriquecimento de urânio e produção de plutônio, mas vários países criticaram a idéia. El Baradei falou durante uma conferência da ONU sobre desarmamento nuclear que, se cada vez mais países obtiverem a tecnologia para fabricar urânio e plutônio para bombas, haverá muitos "Estados virtualmente com armas nucleares", capazes de produzirem armas atômicas rapidamente.
Ironicamente, Estados Unidos e Irã estão unidos contra a proposta de moratória de El Baradei. Washington acusa Teerã de manter um programa de enriquecimento de combustível para armas nucleares. A República Islâmica diz que ele se destina exclusivamente para a geração de energia elétrica civil. Outros países contrários à proposta são França, Austrália, Canadá, Brasil, Japão e Holanda. Todos eles temem que a moratória limite suas opções futuras para o uso do combustível nuclear.
Apesar da oposição inicial ao seu plano, El Baradei disse que os países começaram a reconhecer sua necessidade. Outra idéia de El Baradei é criar consórcios multinacionais para as instalações de reprocessamento do plutônio e enriquecimento de urânio. Essas usinas deixariam de ser controladas por um único país. Várias nações manifestaram apoio à idéia.
El Baradei afirmou que a urgência do assunto ficou clara com a descoberta de um mercado negro global gerenciado por Abdul Qadeer Khan, pai do programa paquistanês de armas nucleares, que forneceu tecnologia ao Irã, à Líbia e possivelmente à Coréia do Norte.
O diretor da AIEA lamentou que não tenha havido acordo entre os 188 signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear a respeito de uma agenda para discutir formas de resolver lacunas no pacto, em vigor desde 1970.
As informações são da agência Reuters.
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