O Irã informou no domingo que está se preparando para retomar trabalhos ligados ao enriquecimento de urânio, apesar das advertências de Washington e da União Européia de que isso poderá causar a transferência do caso para o Conselho de Segurança da ONU. O Irã, que insiste que suas ambições atômicas são pacíficas, está ameaçando retomar o processamento de urânio, embora tenha prometido manter congelado os trabalhos do processo que pode ser usado para fazer combustível para bombas.

– Decidimos retomar parte de nossas atividades em Isfahan – disse o porta-voz do Ministério do Exterior, Hamid Reza Asefi, em referência   instalação de conversão de urânio na região central do Irã. 

– Ainda não decidimos quais atividades (serão retomadas) e quando... Estamos em fase de tomada de decisões e se chegarmos a um acordo (com a UE), ou não, vamos fazer isso, acrescentou em sua entrevista coletiva semanal.

Legisladores de linha dura, que controlam a maioria das cadeiras do parlamento iraniano, ameaçam aprovar uma nova lei obrigando o governo a retomar o enriquecimento de urânio.

– É hora de acabar com a suspensão voluntária do nosso programa de enriquecimento de urânio – disse Alaeddin Broujerdi, chefe da Comissão de Segurança Nacional e Política Exterior,  à rádio estatal. 

– A continuidade das negociações com a UE não terá resultados, a não ser perda de tempo... os parlamentares são muito sérios em relação   preservação desse direito do Irã e acreditam que o governo deva reiniciar rapidamente seu programa nuclear – afirmou.

Grã-Bretanha, Alemanha e França, que lideram as negociações nucleares com o Irã, dizem que a retomada do processo em Isfahan violaria um acordo feito em Paris em novembro.  Segundo o acordo, o Irã se comprometeu a congelar toda a fabricação de combustível nuclear e reprocessamento durante as negociações.

As informações são da agência Reuters.