| 10/05/2005 18h55min
Diferentes interesses movem as nações que participam da Cúpula América do Sul-Países Árabes, aberta nesta terça, dia 10, em Brasília, segundo o embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Para ele, os países sul-americanos priorizam as questões econômicas, enquanto os árabes dão mais peso aos acordos políticos.
– A América Latina entra na Cúpula com expectativa de maiores investimentos e maior abertura de comércio. Para os árabes, é uma oportunidade muito importante para mostrarem suas opiniões políticas a respeito dos acontecimentos no Oriente Médio – disse Barbosa, que acredita que os resultados do evento, que reúne representantes de 34 países e dezenas de empresários das duas regiões, só poderão ser medidos a médio e longo prazo.
A opinião de Barbosa coincide com os discursos realizados durante todo o dia. Entre assinaturas de tratados econômicos, os representantes dos dois blocos tiveram a oportunidade de falar sobre assuntos de seus interesses. O presidente da Argentina, Nestor Kirchner, afirmou que ainda há muito o que explorar nos dois mercados (sul-americano e árabe).
O líder da Venezuela, Hugo Chávez, defendeu um modelo próprio de desenvolvimento para os dois blocos, e pediu a integração de países árabes e da América do Sul produtores de petróleo.
Entre os árabes, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou que o seu papel na Cúpula, que encerra nesta quarta, é trabalhar pela paz no Oriente Médio, citando as eleições presidenciais e municipais, ocorridas em janeiro, como ações importantes da Palestina no sentido de garantir a democracia e colaborar para o restabelecimento da paz na região.
Logo em seguida, o primeiro-ministro sírio, Mohammad Naji Al Otria firmou que combater o terrorismo "é um dos maiores desafios do mundo". Ele criticou o tratamento "unilateral" dado a esta questão e destacou que o terrorismo só será combatido em todas as suas formas quando "enfrentarmos os problemas relacionados à pobreza, à desigualdade social e ao analfabetismo". O primeiro-ministro da Mauritânia, Sghair Ould M´Barek, seguiu a mesma linha e afirmou que a pobreza e a ignorância são as causas da instabilidade no mundo.
Uma das surpresas do dia foi a saída antecipada da Cúpula de Kirchner. Ele embarcou às 18h para a Argentina, depois de seus assessores explicarem à imprensa que o presidente deixava o evento por já ter cumprido seus objetivos. O presidente do Chile, Ricardo Lagos, também deixou o encontro nesta terça.
As informações são da Agência Brasil.
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