Três pessoas morreram e 50 ficaram feridas na cidade de Jalababad, no leste do Afeganistão, em uma manifestação de estudantes que protestavam contra os Estados Unidos. De acordo com o vice-ministro afegão da Saúde, Ayub Shinwari, os manifestantes morreram por ferimentos a bala.

As tropas afegãs e norte-americanas dispararam na manhã desta quarta, dia 11, contra os universitários que reclamavam da profanação do Corão na base americana de Guantánamo, em Cuba. O grupo ateou fogo aos escritórios do governador regional, das Nações Unidas e do consulado do Paquistão em Jalababad.

Faizanul Haq, porta-voz do escritório do governador da província de Nangarhar, onde fica Jalababad, disse que os manifestantes "atearam fogo em vários escritórios governamentais, entre eles o do governador, edifícios das Nações Unidas e no consulado paquistanês de Jalababad". Segundo Haq, os protestos continuam e as forças de segurança tentam controlar a situação. Entre os escritórios danificados está a sede do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a sede da ACBAR, uma organização que coordena a ação das ONGs no Afeganistão.

A revista americana Newsweek divulgou que os militares da base americana de Guantánamo deixaram cópias do Corão nos banheiros para incomodar os prisioneiros muçulmanos e, pelo menos uma vez, jogaram uma cópia do livro no vaso sanitário.

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, disse que as manifestações registradas na cidade afegã de Jalalabad demonstram a incapacidade da polícia e do exército para lidar com as situações violentas.

– Os fatos de hoje demonstram duas coisas, que o Afeganistão é uma democracia onde as pessoas podem se expressar e que instituições como a polícia e o exército não estão preparadas para enfrentar protestos e manifestações –  declarou Karzai em entrevista coletiva na sede da Otan.

Karzai, que pediu à União Européia e à Otan que continuem apoiando o Afeganistão na construção de suas instituições, disse também que os protestos demonstram que "o Afeganistão é uma democracia".

As informações são da agência EFE.