| 11/05/2005 21h29min
Um tranqüilo Muricy Ramalho participou na noite desta quarta, dia 11, do programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha. Com serenidade, o treinador do Inter conversou com o repórter e apresentador Fabiano Baldasso sobre o atual momento do time, que vem de uma vitória, mas ainda está engasgado com a eliminação na Copa do Brasil. O comandante colorado não escondeu a mágoa com parte da imprensa que não reconhece seu histórico no momento da crítica. Confira alguns dos principais momentos da conversa.
As vaias do último domingo
“Infelizmente as pessoas esquecem rápido. Eu sou um cara muito autêntico, porque me entrego em todos os lugares em que vou. E é por isso que eu estou vencendo. Mas eu nunca encontrei ninguém que goste de ser vaiado. Eu não gosto. Ainda mais pela relação que eu tenho (com clube e torcida). Não sou um técnico normal. Aconteceu tanta coisa comigo que ninguém acredita no que eu faço. Tem que olhar minha carreira, minha família, minha parte
financeira. Por isso não sou um
cara que recebo isso (vaias) bem. Não posso ficar contente.”
O boato de que pediria demissão
“Não sou o tipo de pessoa que se não está contente vai embora. Eu trabalho duro, tento melhorar e consigo melhorar. De domingo pra cá teve aquele monte de boato. Na segunda pela manhã, quando cheguei para trabalhar, e eu senti a felicidade dos funcionários quando me viram. Porque eu tenho um carinho muito grande por eles. Então, eu fico aborrecido mesmo. Eu sou muito verdadeiro e as vezes se aproveitam disso.”
O momento do time
“Tenho a consciência tranqüila do meu trabalho. O que faz a diferença no futebol é o dia a dia. A gente não faz as coisas por fazer. No caso do Jorge Wagner, o lugar em que ele está rendendo mais é ali na ala. É uma facilidade falar sem pressão. O esquema eu mudei agora porque não está bom. Eu não posso estar de acordo com as derrotas. Na conversa, a gente não perde pra ninguém, somos invencíveis.
Mas ali dentro, você vê o movimento do jogador,
o psicológico do jogador. Meu vestiário é fechado, coisa que nunca teve no Internacional. Isso aqui era escancarado. Se está tudo bom (salário, preparação), ou muda esquema ou muda os jogadores. Nós mudamos.”
Interferência do presidente Fernando Carvalho
“Vou ser bem claro. Vocês (imprensa) têm uma imaginação que não dá para alcançar. Vocês conhecem a minha maneira de ser, mas imaginam cada coisa que não existe. É um absurdo. O presidente gosta muito de futebol, gosta de falar de futebol, como eu gosto. Mas no meu time não tem jeito. Não tem a mínima possibilidade (de interferência).”
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