| 16/05/2005 10h52min
O senado dos Estados Unidos analisa um possível envolvimento do governo da Rússia em casos de corrupção do Iraque. Na época de Saddam Hussein, os iraquianos teriam vendido petróleo a funcionários da administração russa dentro do programa petróleo-por-comida da Organização das Nações Unidas (ONU).
A tentativa era obter a suspensão das sanções do órgão ao Iraque. As conclusões foram apresentadas nesta segunda, dia 16, pelos parlamentares norte-americanos. Os contratos petrolíferos eram "uma compensação pelo apoio" de acordo com a Subcomissão Permanente de Investigações do Senado.
O relatório segue a trilha do dinheiro e leva a Alexander Voloshin, ex-chefe de gabinete do atual presidente russo, Vladimir Putin, e de seu antecessor, Boris Yeltsin. Outro beneficiário teria sido o legislador ultranacionalista Vladimir Zhirinovsky, que visitava o Iraque regularmente. Os investigadores do Senado disseram que não há sinais de que Putin soubesse dos pagamentos.
O objetivo de Saddam era suspender as sanções impostas pela ONU depois que as suas tropas invadiram o Kuwait em 1990. Pelo programa petróleo-por-comida, que vigorou entre o final de 1996 e 2003, o Iraque poderia vender seu petróleo apenas sob supervisão da ONU e para a compra de bens destinados a aliviar o impacto das sanções sobre a população civil.
A "mesada" para os russos foi revelada pela CIA em outubro. O relatório do Senado contém mais documentos e detalhes. Diz, por exemplo, que Voloshin, então diretor do Conselho Presidencial russo, usava empresas "laranjas" para movimentar o dinheiro. Mas diplomatas lembram que a Rússia, então a principal aliada do Iraque no Conselho de Segurança da ONU, já tinha restrições às sanções desde 1992, especialmente porque Bagdá devia bilhões de dólares a Moscou. Zhirinovsky e seu Partido Liberal Democrata obtiveram o direito de vender 75,8 milhões de barris de petróleo iraquiano entre junho de 1997 e dezembro de 2002, segundo o texto. Esses contratos representavam lucros de US$ 8,7 milhões.
As informações são da agência Reuters.
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