| 25/06/2005 18h48min
O presidente da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), acredita que pode haver algo além de interesses comerciais por trás da gravação que motivou a abertura dos trabalhos da comissão.
As investigações nos Correios começaram após a divulgação, em maio, de um vídeo em que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material da estatal Maurício Marinho, aparecia recebendo suposta propina de empresários. Na gravação, ele também falava sobre um suposto esquema de arrecadação ilegal de fundos a partir de funcionários de confiança indicados para estatais pelo PTB. O presidente do partido, Roberto Jefferson, comandaria o esquema, segundo Marinho disse na fita (em declarações posteriores à divulgação da gravação, ele passou a negar essa suposta ligação com Jefferson).
Leia a seguir o quarto trecho da entrevista do senador à Agência Brasil.
ABr – No depoimento do deputado Roberto Jefferson ao Conselho de Ética da Câmara, ele afirmou que aquilo seria apenas uma preliminar, o forte ele guardaria para a CPMI. O sr. espera outras novidades com relação a esse depoimento? Os depoimentos dos ex-diretores da estatal e dos responsáveis pela gravação do vídeo serão fundamentais para explorar eventuais contradições de Jefferson?
Delcídio Amaral – Esses depoimentos serão muito importantes para o depoimento de deputado Roberto Jefferson. Será um depoimento fundamental, porque acontecerá quando a CPMI já tem um embasamento anterior, pelo menos de alguns dos principais atores deste problema todo.
ABr – Quais as contradições que o sr. espera ver esclarecidas com o depoimento dos responsáveis pelas gravações na próxima terça-feira? Pode mesmo haver um esquema maior por trás das gravações do que aquele que vem sendo admitido?
Delcídio Amaral – Tudo indica que sim. Nós precisamos ouvir os responsáveis pela gravação, porque o que ouvimos na quinta-feira (o depoimento do empresário Arthur Wascheck Neto, que disse ser o mandante da gravação) efetivamente nos preocupou bastante. Nós achamos que esse assunto não está focado apenas em interesses comerciais, existem outras coisas também.
ABr – Já existem acareações previstas?
Delcídio Amaral – Nós pretendemos. Em função do andar da carruagem, acho até possível algumas acareações também.
ABr – Hoje, que acareações o sr. consideraria necessárias?
Delcídio Amaral – Possivelmente, entre os empresários responsáveis pela gravação (Arthur Washeck e Antônio Velasco) e aqueles que executaram o trabalho. Talvez, o próprio Marinho com outros gerentes ou diretores dos Correios. Isso nós estamos analisando com muito cuidado, para não perdermos tempo, e, quando tomarmos as decisões, tomá-las para esclarecer, inclusive, esses pontos divergentes dos depoimentos.
As informações são da Agência Brasil.
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