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 | 29/06/2005 17h32min

Líder do PTB diz que conhecia negocições com o PT

Teixeira escutou conversar de Delúvio e Jefferson sobre transações financeiras

O líder do PTB na Câmara dos Deputados, José Múcio Monteiro (PE), disse que participou de duas reuniões nas quais tomou conhecimento do acordo de transferência de dinheiro do PT ao PTB, partido do qual Roberto Jefferson (RJ) é presidente licenciado. Em depoimento ao  Conselho Ética da Câmara na tarde desta quarta, Múcio contou que em uma reunião na sede do PT em Brasília, em junho de 2004, testemunhou o acordo de contribuição de R$ 20 milhões de reais do PT ao PTB. Na ocasião estavam presentes, além de Múcio, Jefferson e de Emerson Palmieri (tesoureiro informal do PTB), o presidente do PT, José Genoino, Delúbio Soares (tesoureiro do PT) e Marcelo Sereno (diretor de comunicação do PT).

O segundo encontro, segundo o líder do PTB, aconteceu no apartamento de Jefferson em Brasília, em março deste ano. Múcio ouviu falar na data que R$ 4 milhões já teriam sido repassados ao PTB, e que Jefferson cobrava do PT outros R$ 4 milhões, dos quais pedia a oficialização da transferência. Segundo Múcio, Jefferson teria dito que se o PT arrumare mais R$ 4 milhões, ele cumpriria as obrigações que tinha com o partido, mas que queria a oficialização do dinheiro. Jefferson vem afirmando que o PT prometeu, para o caixa das eleições municipais de 2004, R$ 20 milhões ao PTB, mas os petebistas só receberam uma parcela de R$ 4 milhões.

O líder acrescentou que escutou um pequeno diálogo em que Delúbio dizia que ele e Jefferson poderiam se ajudar mutuamente e "resolver eventual problema de unha encravada". O relator do processo no conselho, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), perguntou que unha encravada seria essa. Múcio respondeu que é "essa unha que agora está aí em todos os jornais", em referência ao mensalão.

O líder do PTB, afirmou, no entanto, que o dinheiro não chegou às mãos dos políticos do partido e que a bancada não foi consultada sobre o esquema. Múcio negou que tenha recebido qualquer oferta de dinheiro. Segundo Múcio, a partir do segundo semestre de 2004, na medida em que o tempo foi passando, começou a se falar e a "reverberar os comentários" com mais freqüência sobre o mensalão nos corredores da Câmara.

 
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