| 05/12/2001 21h14min
O medo voltou aos campos gaúchos com a confirmação, nesta quarta-feira, dia 5, do sacrifício de 35 animais-sentinelas no município de Rio Grande, depois da identificação de sintomas que podem ser de febre aftosa ou de outra doença vesicular, como estomatite. Em dois ou três dias, o Laboratório de Apoio Animal (Lapa), de Recife (PE), poderá confirmar se os bovinos abatidos em quatro propriedades tinham ou não a doença que atingiu seis municípios gaúchos a partir de maio deste ano. A expectativa é do delegado federal do Ministério da Agricultura, Flávio Vaz Neto, que aprovou nesta quarta o procedimento adotado pela Secretaria da Agricultura.
Em um trabalho rotineiro realizado no dia 28 de novembro, alguns bovinos em uma das 18 propriedades que registraram foco em Rio Grande apresentavam feridas na boca e tinham a temperatura alterada. No dia 29, foram retiradas amostras de sangue e sacrificados 20 animais-sentinelas que estavam havia mais de 30 dias nas propriedades localizadas em zonas de foco na Palma, no Bolaxa e Senandes. Nos dois dias seguintes, mais 15 exemplares tiveram o mesmo destino. Os bovinos foram cremados porque o terreno de Rio Grande, especialmente com as últimas chuvas, está muito alagado.
Essas quatro propriedades serão agora submetidas a novo vazio sanitário de 30 dias e, posteriormente, serão recolocadas sentinelas. As barreiras sanitárias permanecem instaladas no município. Apesar de a secretaria não confirmar a volta da aftosa ao Estado, os produtores de Rio Grande revelam-se preocupados. O diretor do Sindicato Rural, Ronaldo Oliveira, diz que a secretaria não tem repassado informações sobre os procedimentos adotados, o que alimenta os rumores entre os pecuaristas. O município da zona sul do Estado teve a maior concentração de focos de aftosa no Estado neste ano, com 18 casos detectados, sendo que apenas oito deles foram confirmados pelos exames sorológicos feitos após os sacrifícios.
Embora ninguém queira falar em hipótese, sabe-se que a confirmação de febre aftosa nos animais-sentinelas pouco representará em termos de status sanitário do Rio Grande do Sul. Tampouco haverá prejuízo em termos de negócios externos. A situação ficará restrita ao local da ocorrência. Ou seja, as propriedades estavam em processo de saneamento dos focos e, no caso de confirmação da doença, haverá um novo vazio sanitário e posterior repovoamento com sentinelas.
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